Guia da Semana

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Quem não se lembra da época em que pagar cerca de R$ 35 na balada não era muito problema, já que esse valor era convertido em consumação nos bares da boate? Pois é! Mas, desde 2005, de acordo com a Lei nº 11.886, criada pelo deputado Alberto "Turco Loco" Hiar, as casas noturnas estavam proibidas de fazer, de acordo com as próprias palavras do político, a chamada "compra casada", que é quando o cliente paga um determinado valor e é obrigado a levar outro serviço junto. No caso em questão, seria pagar para entrar em um lugar somente se você for consumir.

Tudo bem, na época, muita gente adorou, achando que os empresários iriam diminuir os valores de entrada e assim ficaria muito mais barato sair na noite de São Paulo. Muito pelo contrário, os preços continuaram os mesmos ou até ganharam R$ 5 ou R$ 10 a mais. E a consumação? Bem, se você quiser tomar uma água, pague mais R$ 5 e, no fim da noite, a conta vai para o espaço.

Desde que tudo isso começou, achei a lei totalmente absurda, já que conforme o tempo passa os valores de entrada das baladas aumentam e aquele benefício de antigamente não existe mais. E escutei muitas pessoas nas filas ou até mesmo dentro das baladas comentarem que não viam a hora dessa lei cair. Então, pessoal, para alegria da maioria, venho dizer-lhes que esse tormento não existe mais. É isso mesmo, desde o começo deste mês, o Tribunal de Justiça de São Paulo declarou inconstitucional a lei, acatando o pedido da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

Quando li essa notícia, fiquei bastante feliz e esperançoso de que os empresários do setor voltem a colocar consumação nas entradas. Porém, temos de saber se isso ainda é um bom negócio, já que mesmo com os valores altos, muitas pessoas não deixaram de frequentar as noitadas. Eu sou um deles, confesso. Além disso, espero que o fim da lei seja uma forma de concorrência entre as casas noturnas, afinal, entre aqueles lugares que você mais costuma ir, provavelmente se tornará mais atrativo o que oferecer um valor razoável, com consumação, não é mesmo?

O negócio é aguardar os próximos capítulos e rezar para que possamos voltar a pagar preços dignos e justos, com direito a brindes sem pagar R$ 1 a mais.

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Quem é o colunista: Daniel Navas.

O que faz: Jornalista, freelancer, colunista do Guia da Semana, amante de musculação e uma pessoa sempre em busca de novidades.

Pecado gastronômico: Comida japonesa (e olha que já estou virando "expert" no assunto).

Melhor lugar do Brasil: Morro de São Paulo, Abrolhos e Salvador, ambos na Bahia.

O que está ouvindo no rádio, mp3, iPod: depende do dia: sábado a noite sempre eletrônico, no trânsito um MPB para acalmar e, em casa, rock.

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Atualizado em 6 Set 2011.