Foto: PH Schneider |
Hoje em dia, toda e qualquer pessoa que se considera um baladeiro de plantão já ouviu falar sobre, ou pelo menos escutou alguma música de trance psicodélico, também chamado de psy, como preferir.
Esta vertente da música eletrônica, que teve seu auge no Brasil no início dos anos 2000, é facilmente reconhecida por sua cadência 4 x 4, acompanhada invariavelmente por melodias hipnóticas de sintetizadores.
Após este "boom" do psytrance há alguns anos, época em que as músicas ficaram extremamente parecidas uma com as outras e as festas cada vez maiores e piores (menos organizadas), muitas pessoas rapidamente se cansaram da "modinha" de ouvir psytrance e foram procurar outras sonoridades.
Para quem não sabe, existe uma grande diferença entre o psy comercial e o underground. E foi justamente por causa destas diferenças sonoras que o público trance foi filtrado sem perceber. Aconteceu uma espécie de seleção natural, onde só restaram os que realmente gostam de ouvir e dançar trance.
Estas pessoas com estilo de vida e gosto musical semelhante se reúnem sempre às quintas, na Klatu Barada Nikto (federação intergaláctica vem em paz). O projeto foi idealizado em 1999 pelo núcleo Daime Tribe, formado pelos DJs Milton, Thomaz e o body piercer André Meyer. Desde então, a noite se tornou um refúgio para os amantes do trance na capital paulista.
Pode-se dizer que a Klatu foi a responsável pelo pontapé inicial do trance em São Paulo. Sua cabine já recebeu os principais artistas do estilo, como Tristan, Kox Box, Absolum, Etnica e Swarup, só para citar alguns.
Desde 2003, a curadoria artística da casa está sob tutela do residente DJ Teko. O local é pequeno, intimista, com um bar simples e caixas de som pra lá de potentes. Um telão na lateral do palco recebe projeções de VJs e tecidos fluorescentes completam a decoração.
Uma vez por mês, também às quintas, dois novos projetos passaram a integrar a programação da Klatu. Um deles é o Dark Side of Klatu, com artistas de dark trance (a linha mais pesada do estilo) comandando o line up. O outro é o Klatu Lado B que, apesar de ser uma noite de trance, abriu espaço para o low bpm, acompanhando as novas tendências da cena eletrônica.
Portanto, se você procura uma noite realmente underground em São Paulo, não deixe de conhecer a Klatu Barada Nikto, que fica na altura do número 2.203 da Rua Augusta, no porão de uma antiga galeria.
Leias a coluna anterior de Paulo Henrique Schneider:
Os melhores do mundo
Fugindo do normal
O que faz: jornalista / fotógrafo.
Pecado Gastronômico: carnes nobres.
Melhor lugar do mundo:Deserto do Sahara.
O que está ouvindo no carro, iPod, mp3: muito de tudo.
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Atualizado em 1 Dez 2011.