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A ideia das agências de DJs nasceu da necessidade em considerar o DJ um artista. Aqui no Brasil, isso foi copiado do formato da Europa, que já fazia mega-shows com DJs famosos.
No início do novo milênio, as agências começaram a se multiplicar. No início eram poucas, mas, atualmente, são dezenas ou até centenas em todo o país. A maioria funciona da mesma forma: com DJs de estilos variados e fazendo o marketing e a publicidade dos artistas contratados.
Por um lado, o agenciamento de DJs é bom, já que eles também tratam dos interesses legais, de visibilidade e de segurança dos artistas. Usa o profissionalismo com nomes de empresas e contratos para assegurar um bom negócio.
Mas, por outro lado, gera uma safra de DJs desconhecidos, ou seja, o DJ é amigo de alguém da empresa, que acaba entrando por este amigo como um Top DJ, usando um nome fictício tirado do Google e tocando basicamente o que todos tocam.
A vantagem deste DJ agenciado para os não-agenciados é que, por mais que ele seja ruim, estará sempre em evidência como Top DJ da empresa X, enquanto o outro continuará batalhando um lugar ao sol, mesmo tendo um talento muito maior.
O leitor deve estar pensando, porque o talentoso não entra na empresa por méritos próprios... Na carreira de DJ, mais que talento é preciso ter QI (o famoso "quem indica"). Muitas vezes, o talentoso perde espaço para o promotor da casa noturna, para o primo de alguém ou até para a DJ que alguém importante quer ver como ela toca somente pra ele.
A politicagem manda tanto na ideia das agências, que muitos DJs ainda relutam aderir a alguma, pois quase sempre há problemas de um ser mais do que o outro. Óbvio que a agência indica quem está em mais evidência. Mesmo que ele seja ruim, ela quer saber de movimento financeiro. Passam alguns meses, ela muda de foco, e assim por diante.
Com isso, muitos DJs pulam de agência para agência, convencidos das melhorias dadas, mas passam alguns dias e nada acontece. São poucas as empresas sérias, mas o número cresce a cada dia, e muitas são criadas sem autorização para funcionar e sem contrato de representatividade do nome do artista.
Por sua vez, o DJ deixa de fazer outros eventos por estar ligado à agência, perdendo a oportunidade de ganhar um cachê que a empresa não aceita. O agenciamento é um dos passos para a profissionalização do DJ, com medidas legais, organização de todos e diminuição da quantidade de pessoas que usam a profissão como símbolo de status.
Ao mesmo tempo, o agenciamento ilegal traz consequências graves para as festas, as empresas e até para outros DJs, denegrindo a imagem e colocando em desconfiança a atuação delas.
Se você é DJ e está entrando para alguma agência, procure saber se ela está registrada com CNPJ e em nome de quem. Assine papéis com cópias e testemunhas, pois isso servirá para ambas as partes. Essas ações não são sinais de desconfiança, mas de certeza de sucesso e bom relacionamento. A empresa e o DJ que não estiverem dispostos a assinar compromissos formais, não podem ser cobrados depois, caso haja imprevistos legais.
O DJ deve ser tratado como artista, e a agência, como empresa confiável.
Quem é o colunista: DJ há 18 anos, produtor musical há três anos, divulgador de musicas para rádios desde 1997.
O que faz: DJ, produtor de música eletrônica e empresário do ramo de Rádio.
Pecado gastronômico: Lasanha e Pavê de Sonho de Valsa.
Melhor lugar do Brasil: Meu estúdio de produção musical.
O que está ouvindo no carro, iPod ou mp3: Musica eletrônica e diversos outros estilos que contenham letras bacanas e melodias.
Fale com ele: [email protected] ou acesse o site da Radio Giga!
Atualizado em 6 Set 2011.