Guia da Semana

Está cada vez mais difícil sair para se divertir. Primeiro foi a caça às bruxas para acabar com as raves. Depois, diversas casas noturnas foram lacradas pela Prefeitura de São Paulo- algumas vezes, de forma arbitrária. Agora, uma nova Lei Federal proíbe o consumo de álcool combinado com direção. Calma, não vou defender os motoristas que saem bêbados e causam mortes e acidentes todos os dias nas avenidas e estradas do país.

A nova Lei 11.705, que altera o Código de Trânsito Brasileiro, proíbe o consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas por condutores de veículos. Antes, era permitida a ingestão de até seis decigramas de álcool por litro de sangue - o equivalente a dois copos de cerveja. Agora, até um bombom com licor pode incriminar um motorista. Para mim, essa lei quase não tem efeito: meu consumo de bebidas alcoólicas é ínfimo, praticamente não bebo.

Mais do que leis que proíbam isso ou aquilo, é preciso que haja fiscalização. E fiscalização não é colocar policial à paisana dentro de balada para ver quem está bebendo, como estão sugerindo por aí. Em 12 anos de motorista eu nunca fui parado por uma blitze para ver se estava bêbado. Nunca vi batida policial em locais que vendem bebida alcoólica para menores de idade. Ou seja, de que valem as leis se não há fiscalização permanente e efetiva? Nada. Não há dados no Brasil sobre pessoas que são presas por dirigir bêbadas. Nos EUA, onde o limite é oito miligramas de álcool no sangue, 1,4 milhão de motoristas são presos por ano.

Se o cumprimento da lei que estabelecia seis miligramas estivesse sendo realmente realizado, não precisavam ter alterado a lei. Como sabemos, não há prevenção no Brasil, as providências somente são tomadas depois que a desgraça acontece. Certamente não dá para deixar que uma pessoa saia bêbada na rua com seu carro transformado em arma. Mas uma lei paranóica não vai resolver o problema, certamente não vai. E não tenham dúvidas, as pessoas continuaram bebendo muito nas baladas.

Coloco aqui, algumas propostas para diminuir os acidentes de trânsito:

1. Aumentar a fiscalização
2. Mudar o foco das campanhas de educação
3. Investir em vias e automóveis mais seguros
4. Usar a tecnologia a favor da segurança

Quem é o colunista: Eu? Eu sou o Luiz Pattoli.

O que faz: Jornalista, andarilho e editor do www.churrascogrego.com.br

Pecado gastronômico: Vindo com saúde, eu traço.

Melhor lugar do Brasil: O estádio da Rua Javari.

Fale com ele: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.