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Já não é de hoje que a imagem do DJ é valorizada de forma frenética no Brasil. Desde que as empresas de tecnologia apostaram na modernização dos aparelhos e investiram em novidades, as facilidades em seguir esta profissão ficaram cada vez mais evidentes.
Este acesso gerou o surgimento de duas nova modalidades de DJs: os precoces, DJs com menos de 15 anos, que tocam em festas importantes, e os experientes, pessoas com mais de 50 anos, que acharam na música a alegria que não havia em outros lugares.
É realmente sensacional as pessoas mais vividas se tornarem DJs, afinal, elas já passaram por inúmeras experiências na vida e merecem esta alegria. Também podemos contar com a quantidade de serenidade que os anos lhe deram.
Ao contrário disso, vemos pessoas cada vez mais jovens ingressarem na carreira de DJ, deixando estudos e obrigações de lado para investir numa corrida maluca por dinheiro, fama e glória, como se suas vidas dependessem disso.
Um exemplo recente e mais famoso, é a DJ Mayara Leme, sucesso garantido, que apareceu na televisão e se tornou uma surpresa boa na cena eletrônica. A garota, realmente, é talentosa, mas é exigido muito esforço dela. Além disso, ela tem dificuldades em manter os estudos e as obrigações de uma adolescente que tem sonhos.
Um outro exemplo que vi, ainda mais recente, foi um vídeo do DJ Vini Santana, um garoto de 7 anos, filho de um DJ/Produtor paulista. O pequeno já tocou para mais de 40 mil pessoas. No vídeo, estava fácil perceber que o garoto não era DJ, não tinha muita noção do que estava fazendo, mas estava tocando músicas e isso, para a reportagem e o pai dele, bastava para ser chamado de DJ.
Ora, onde fica a técnica, comportamento, feeling, instrução, experiência e muitas outras características de um bom DJ?
Mais do que isso, onde fica a infância de uma criança, que é colocada para tocar para uma quantidade considerável de pessoas, mas se acontece algum problema e o som para, aquelas pessoas começam a xingar e agredir o DJ, porque o som parou, será que ele saberia lidar com isso?
Tenho dois filhos, um de 7 e outro de 9. Ambos adoram música e convivem nesse ambiente todos os dias, mas eu nunca os colocaria numa festa para tocarem com estas idades.
"Trabalhar" como DJ não é uma brincadeira, precisa ser levado a sério e as pessoas que pensam diferente, não tem noção da responsabilidade e preparo que um bom profissional precisa ter para saber lidar com certas situações.
Leia as colunas anteriores do DJ Fabio Reder:
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Quem é o colunista: DJ há 18 anos, produtor musical há três anos, divulgador de musicas para rádios desde 1997.
O que faz: DJ, produtor de música eletrônica e empresário do ramo de Rádio.
Pecado gastronômico: Lasanha e Pavê de Sonho de Valsa.
Melhor lugar do Brasil: Meu estúdio de produção musical.
O que está ouvindo no carro, iPod ou mp3: Musica eletrônica e diversos outros estilos que contenham letras bacanas e melodias.
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Atualizado em 6 Set 2011.