Guia da Semana

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Os estacionamentos em São Paulo são um "mal necessário". Sair à noite e deixar o carro na rua, em qualquer lugar, ou então pagar para que um adolescente "tome conta" do veículo é praticamente impossível. A ameaça iminente de um furto martela a cabeça da maior parte do público de bares e casas noturnas, que acaba se sujeitando, às vezes, a preços não muito honestos por serviços também não muito eficientes.

Roberta Penedo pagou uma pequena fortuna de R$ 70,00 para estacionar seu carro em um local próximo a um dos mais badalados clubes de Sampa, a Pacha. No entanto, quando a noite de sexta chegou ao final, alguns metros percorridos com seu Astra de cor preta foram suficientes para constatar que havia algo errado. Ela encostou, seus amigos desceram do carro e notaram que os dois pneus dianteiros estavam furados. " Tenho certeza que isso aconteceu dentro do estacionamento, mas como eu ia voltar lá para reclamar com os pneus no chão?".

Não tem como parar na rua
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Jorge Nathanian não consegue entender o que acontece na Vila Madalena. Ele afirma ter estacionado no mesmo local, na sexta e no sábado. No entanto, no primeiro dia pagou R$ 7,00 e no segundo R$ 10,00. " Era o mesmo lugar com os mesmos funcionários. Como isso pode acontecer?". Bruna Anchier prefere caminhar um pouco para alcançar a porta da balada do que deixar com o manobrista disponível logo na entrada do estabelecimento. Segundo ele, em alguns locais, enquanto os vallets cobram R$ 10,00 para parar os automóveis " sabe-se lá onde", estacionamentos próximos custam R$ 8,00 e ainda existe a possibilidade do proprietário do veículo levar a chave.

Situações idênticas as que passaram Roberta, Jorge e Bruna são muito comuns e acontecem diariamente. O Guia da Semana tenta sanar algumas dúvidas dos baladeiros de plantão, contando por A mais B como funciona todo o processo que define os valores dos serviços de estacionamento.

Área livre

Segundo o Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos, o Sindepark, existem na cidade de São Paulo 900 mil vagas em estacionamentos particulares. Os que já estavam prontos para discar o número do Procon e reclamar de preços abusivos podem tiram o cavalo da chuva. Na economia do Brasil, o livre-mercado e a livre-concorrência permite que todos esses estacionamentos cobrem quanto quiserem pelos seus serviços. Beco sem saída? Nem tanto. Para tentar mudar alguma coisa e não se submeter mais a valores astronômicos, os boêmios devem deixar de ser apenas público e acumular a função de consumidor.

O consumidor é quem decide
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Em um mercado livre, os preços são estabelecidos em função da demanda e de acordo com as associações que tentam conciliar e manter um nível de concorrência equilibrado entre os estabelecimentos da mesma classe. Segundo o assistente de direção do Procon-SP Carlos Alberto Nahas, cabe às pessoas procurarem o tipo de serviço que julgarem mais justo. " O consumidor tem uma arma poderosa na mão, na medida em que ele pode recusar certo tipo de produto ou serviço e diminuir a demanda". Em outras palavras, ele quer dizer que se o estacionamento cobra caro, é porque tem gente que paga. Se pararem de pagar, o local vai ter que tomar alguma medida para poder continuar lucrando, o que no caso, provavelmente seria uma redução nas tarifas.

Os valores ofertados pelos estabelecimentos variam conforme o local, o horário, o dia da semana e os lugares dispostos nas proximidades. Enquanto perto da Pacha, que recebe um público com um poder aquisitivo maior, o preço pode chegar a números altos, como R$ 70,00, próximo a Trash 80´s, no Centro da cidade, existem estacionamentos que ainda cobram R$ 5,00 por um período de 12 horas. Na Vila Madalena, durante a semana, em dias em que o movimento é menor, sai mais barato guardar o carro. Os proprietários das vagas recuperam seus lucros durante as noites de sextas e sábado, quando cobram um pouco mais. Em casas de shows, como o Credicard Hall, o Via Funchal e o Tom Brasil, os valores circulam na casa dos R$ 20,00. Na média, os vallets e estacionamentos da maioria dos bares e casas noturnas de São Paulo custam de R$ 8,00 a R$ 15,00.

Resta a quem utiliza o serviço selecionar bem antes de optar pelo estacionamento. Deve-se levar em consideração a relação custo-benefício e sempre pesquisar antes de virar a chave e desligar o motor do carro. Às vezes é mais vantagem arrumar outro meio de transporte, por exemplo, do que pagar quantias exorbitantes. Essa é a única maneira de tentar fazer com que os mais careiros se rendam à média de preços.


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Atualizado em 6 Set 2011.