Guia da Semana


Foto: Divulgação/ 3Plus


Cliques democráticos no portal do Skol Beats decidiram quem da cena nacional iria compor o line-up brazuca do festival. Da votação, saíram obviedades e revelações. Não muito presente na cena paulistana, o gaúcho Fabrício Peçanha foi um dos escolhidos. Desde 1997 vivendo das pistas, o DJ e produtor já passou por cabines de Los Angeles a Hong Kong, ganhou legião de fãs na Argentina e títulos de destaque em rankings famosos, como o da DJ Mag e o Cool Awards.

Suas aparições no Skol Beats foram diversas ao longo dos oito anos do festival - está é a nona edição. Em 2007, a apresentação foi com o projeto Life is a Loop, que criou com Léo e Parcionik. Residente do Warung, em Santa Catarina, ele divide a escalação feita pelo público com Marky, Murphy, Anderson Noise, Gui Boratto, Mario Fischetti, Mixhell, Killer on the Dancefloor e Montage. Para quem não conhece o som dele, o Myspace é uma boa fonte. O DJ, que já dividiu cabine com nomes como Carl Cox, Moby, David Morales, Dave Seaman, Hernan Cattaneo e Seb Fontaine, privilegia o techno e o tech-house em seus sets.


Guia da Semana O que você tem preparado para tocar no evento?
Já toquei diversas vezes no Skol Beats e o horário influencia muito na minha seleção. Quando entrei mais cedo, tentei fazer um set mais leve, de acordo com o momento da festa; quando mais tarde, fiz um som mais up. Ano passado me apresentei com o Life is a Loop pela primeira vez com esse formato. Neste ano vou fazer um DJ set, mas tenho algumas produções minhas também. Não sei ainda qual vai ser a linha a tocar no festival, provavelmente só vou saber na hora mesmo. Gosto de decidir o set no ato, prefiro ver o clima da festa e o que pede o momento.

GDS Você leva tudo em CD?
Eu uso CD, pela facilidade e rapidez. Infelizmente o vinil ficou inviável aqui no Brasil. As taxas de importação são muito altas e a alfândega brasileira é muito lerda. Os discos demoram até um mês pra chegar a nossa mão e quando chegam pagamos algo como R$ 100,00 por cada. Com CD é diferente. Você pega uma música em um minuto e já grava nele. Fora que posso terminar uma track à tarde e já tocar na festa à noite.

GDS O que você tem aprontado em estúdio?
Fiz um remix para Comunidade Ninjitsu, da música Sem Vacilar. Os meninos da banda são meus conterrâneos de Porto Alegre e meus amigos, curti a música e provavelmente ela vai tocar no Skol. Fiz também um remix do Kraftwerk, tenho tocado e ela tem funcionado bem. Amo ficar no estúdio, mas tenho que dividir meu dia entre ele e minha carreira de DJ, que me toma bastante tempo. Mas vou fazendo algumas coisas sem pressa, por prazer mesmo.


Foto: Divulgação/ 3Plus


GDS Você já se apresentou três vezes no Skol Beats. Esperava ser escolhido na votação popular?
Na verdade nem sei qual foi a porcentagem de votos, mas fiquei muito feliz em ser escolhido, principalmente por ser votação aberta. Quando soube do resultado fiquei bem surpreso, eram tantos DJs que realmente não esperava estar entre os votados. Agora é me preparar pra fazer uma boa apresentação.

GDS Chegou a votar em algum artista?
Não, não participei da votação.

GDS Das atrações internacionais, quem você gostaria de ver?
Quero ver as apresentações do Dubfire e do Digitalism. Acompanho o trabalho deles e tem a ver com o meu som.

GDS O que achou da iniciativa do Skol Beats de colocar o público na co-produção do evento?
Achei interessante, realmente é a maneira mais democrática de fazer um line-up.

GDS E até o festival você faz viagens para países vizinhos, não? No seu Myspace consta uma agenda lotada até março de 2009.
Sim, viajo para a Argentina, que é um dos países que mais me atraem. Não sei porque tenho uma afinidade com os hermanos. Já toquei diversas vezes por lá e quase todas foram excelentes, algumas de minhas experiências mais marcantes são de lá. Na Creamfields de 2006 eles me deram um presente, toquei com a tenda lotada, gente pulando para tudo que é lado. Teve uma vez na Big One, que no meio da balada eles abriram uma bandeira do Brasil com meu nome escrito no centro, foi uma grande demonstração de carinho.

GDS Quando foi a primeira vez que você tocou lá? Onde foi?
A primeira vez que toquei na Argentina foi no K2, um club de afterhours clássico de Buenos Aires, isso já faz uns oito anos. No dia 20 tocarei em Cordoba, no club El Infierno. Já toquei lá ano passado e foi muito bom! A cena Argentina é muito forte, muito sólida, já há bastante tempo. Eles realmente têm uma forte cultura musical, gostam de coisas novas e de músicas inteligentes, são muito exigentes quando se trata de música eletrônica. Os hermanos têm muita influência do rock e acredito que isso é um fator determinante na cultura eletrônica por lá, pois o rock é muito próximo do eletrônico. Pelo menos muito mais próximo do que o axé, o sertanojo (sic) ou o funk. Aí vão algumas tracks que estou tocando por aí:

1 Daniel Strauss - Raumgleiter
2 Texi - Texi
3 Passenger 10 - Passenger 10
4 Labam - Eezzida Olympic
5 Comunidade Nin-Jitsu - Sem Vacilar (Fabricio Peçanha Remix)
6 Kraftwerk - The Hall Of Mirrors (FPedits)
7 Hanne & Lore - Ueberall
8 Afrojack - Thief
9 Kismet - Borderline
10 Daniel Portman - Fiji Islands


Atualizado em 6 Set 2011.