"A casa brasileira mais internacional e, internacionalmente, a mais famosa do Brasil". Com esse conceito, o DJ Renato Ratier comanda um dos principais clubes de música eletrônica do país e do mundo, que chega a marca dos 10 anos, sendo sete na capital paulista. Instalado na região da Barra Funda, a D-Edge ganhou notoriedade por apostar nos line-ups e conceito visual, com leds que fazem o público sentir a música literalmente dos pés à cabeça.
Na metrópole aonde baladas abrem e fecham a todo o momento, a casa apresenta uma proposta diária de som para o público descolado e atrai 14 mil pessoas por mês. Na pista quadriculada, os detalhes em neon são uma atração à parte, incluindo a imagem de um equalizador projetada em uma das paredes, que acompanha a frequência das músicas que estão sendo tocadas.
História
Tudo começou com o desejo adolescente de Renato Ratier. Após morar na Califórnia por três anos, voltou ao Brasil e montou, em 2000, um clube para agitar a noite de Campo Grande. Paralelo a isso viajava sempre a São Paulo para comprar peças para a sua marca de roupa, intercalando com os trabalhos que eventualmente realizava como DJ. Em uma dessas idas e vindas, foi-lhe ofertado um terreno na Barra Funda e ele não pensou duas vezes. Nascia a D-Edge na capital paulistana.
"Abri a casa pensando no retorno ao longo prazo para ser uma construção de um nome forte no setor, e não mais balada mais do mesmo". Como único dono, seu objetivo era chamar artistas consagrados e criar um ambiente que casasse o som com a imagem.
Design audacioso
O que destaca a D-Edge das demais casas, desde a sua fundação, foi o ineditismo de integrar os sistemas de som e luz. O designer responsável projetou um visual arrojado e futurista, com duzentos retângulos de luz instalados no chão de três lâminas de néon. Formado por cores primárias, a composição possibilita diferentes jogos de iluminação, auxiliados por três displays de leds verdes, caracterizando equalizadores gráficos. Instalados na parede do bar, pista de dança e cabine do DJ, atuam conectados ao sistema de áudio.
Foi preciso pouco tempo para o ambiente se tornar referência no conceito musical. A programação eclética e a aposta no estilo underground trouxeram ao país DJs respeitados mundialmente, como Derrick Carter, Greg Wilson, Kevin Saunderson, Stacey Pullen; apostas como Barem, Dusty kid, Greenskeepers, Phonique; e até novas tendências sonoras a exemplo de Coblestone Jazz, Magda e Todd Terje.
Premiações e ampliação
A mistura sonora e visual trouxe repercussão na imprensa. A revista inglesa DJ MAG elegeu a balada em 9º lugar no top 100, sendo a 1ª em toda as Américas. A revista Época SP elencou como 1º lugar nas categorias "Melhor Casa Noturna" e "Melhor Pista para DJs Internacionais". Sobre toda essa visibilidade, Renato Ratien aponta. "Fico lisonjeado e agradeço a posição, mas considero a minha casa a melhor do mundo, pois nunca estive em um lugar com um sistema de som e iluminação tão bom quanto este!".
Para o segundo semestre, a casa pretende inaugurar um projeto de ampliação, dobrando a atual capacidade de 400 pessoas. Com isso ganhará mais três andares, com uma nova pista, um lounge e um terraço. A parte externa promete alterações também, com a fachada prateada em uma espécie de bloco de concreto suspenso - lembrando à arquitetura do prédio do MASP. "Sou um notívago e quando vou frequentar um lugar penso nas facilidades que o público precisa. Aumentando a casa, não aumentaremos somente a capacidade, mas ofereceremos muito mais conforto e comodidade aos nossos clientes".
Atualizado em 1 Dez 2011.