Abençoada, bagaceira, canjebrina, danada, endiabrada, fogosa, mangaça, purinha. A bebida que tem a alma do país e representa bem a diversidade brasileira colecionou mais de 600 apelidos ao longo do tempo. Embora a sua denominação varie de acordo com cultura local, o líquido perfumado de garapa de cana com aromas adquiridos pelo envelhecimento em tonéis madeira diferem de qualquer outro destilado fabricado no mundo.
Para aproveitar essa sensação única em degustar uma bebida 100% nacional, o Guia da Semana montou um roteiro nas capitais para encontrara as melhores marcas da 'marvada'. Escolha a sua dose e beba com moderação!
São Paulo
Mocotó Restaurante e Cachaçaria
Fora do circuito gastronômico central da cidade, o restaurante com decoração rústica e culinária nordestina atrai multidões nos fins de semana e chega a ter uma lista de espera de até duas horas. O sommelier de cachaça Leandro Batista foi o responsável por organizar as marcas da caninha na prateleira, criar uma carta específica e transformar o estabelecimento em referência no assunto.
Atualmente, o espaço tem mais de 340 rótulos, sem contar as garrafas de coleção expostas. Aqueles que não conhecem bem o assunto podem chamar por Leandro Batista e pedir pelo menu degustação. Com o custo de R$ 80, o sommelier ensina a maneira correta de consumir a branquinha e escolhe doze marcas selecionadas pelo tipo da aguardente (branca ou amarela), processo de fabricação e tonel usado em seu envelhecimento. Para intercalar a apreciação - que inclui a premiada Havana, cuja garrafa custa R$ 900 - são oferecidos caju com sal e torresmo.
Paralelo 12:27
Em uma região onde o público universitário é forte, o bar situado no sobrado número 1227 da rua Joaquim Távora tem cara e alma de boteco. O chope Eisenbahn é apresentado em quatro versões exclusivas apreciadas só em Blumenau (SC). O carro-chefe da casa é a carta de pingas, que trabalha com 220 rótulos - 40 disponíveis para o cliente e divididas pela madeira usada no envelhecimento. Por causa da numerosa quantidade de marcas da 'água-doce', o público apelidou o espaço como Estação Cachaça.
Cachaçaria Paulista
Conhecida em Pinheiros, a casa ganhou filial na Vila Madalena apostando em um produto popular até então visto com indiferença no mercado, a cachaça. São 300 marcas em cada lugar, incluindo no cardápio rótulos não só de Minas Gerais, mas de todo país, divididas por região e com informações de graduação alcoólica e origem. Para acompanhar rótulos como Seleta e Espírito de Minas, o escondidinho é a indicação.
Foto: Nathalia Clark/APH
Belo Horizonte
Via Cristina
Reformada em 2010, a casa exibe um imponente acervo com mais de 700 rótulos da bebida brasileira, sendo 90% mineiras. Dentre as opções está a Dama de Ouro, envelhecida no tonel de carvalho por dez anos; e a Moenda Velha, da cidade de Januária. A dica é pedir a tábua de degustação, com seis meia-doses de cachaça à sua escolha. Ela vem acompanhada de uma porção de pururuquinha.
Adega da Cachaça
Após ter se dedicado por anos à fabricação da 'abençoada', o proprietário Adalberto Vegas resolveu montar um bar, inspirado nos tradicionais botecos de Belo Horizonte. A carta da bebida conta com mais de 100 rótulos de pinga, incluindo Volúpia, da Paraíba, e Germana, de Minas Gerais. Para acompanhar, o bar serve porções de linguiça e dobradinho.
Kobes
O bar foi inaugurado de maneira informal na garagem da residência do casal de descendência alemã Afonso Jorge e Nair Gehrke. Os destaques ficam por conta da linguiça de pernil aberta, coberta com queijo prato, cebola fatiada e shoyu, e do cardápio com 300 marcas de cachaça, de várias regiões do país. A garrafa mais cara é a Piragibana, vinda de Salinas.
Foto: divulgação/ Via Cristina
Rio de Janeiro
Cachaçaria Mangue Seco
Na tradicional Lapa, a casa é uma referência da pinga na Cidade Maravilhosa. Com dois andares, o espaço conta com mais de 100 tipos diferentes, expostos em uma vitrine entalhada em peroba, do final do século 19. É o único lugar que apresenta todas os rótulos de alambique produzidos no Rio. Para harmonizar com a caninha, petiscos e frutos do mar são as opções.
Cachaçaria Petisco da Vila
A casa tem 40 anos de história e já se tornou tradição para os adeptos da cultura do botequim. No espaço especial para bebericar a aguardente de cana, os donos afirmam oferecer mais de 1000 tipos diferentes fabricadas em todo Brasil, além de dispor de uma cachaça de fabricação própria e artesanal. Durante a degustação, os clientes têm a oportunidade de ver e aprender como se fabrica a bebida em alambique de cobre.
Brasília
2º Clichê
O público fiel não abandona a casa que aposta na música - jazz, blues, eletrônica e MPB ao vivo - e na carta de cachaça, com mais de 300 rótulos. Dentre as mais pedidas, estão as mineiras Vale Verde e Anísio Santiago. Para acompanhar, picanha com batata frita e linguiça acebolada.
Florianópolis
Armazém Vieira
Situado em um prédio em que, antigamente, ficava um armazém, a casa se especializou em coquetéis tradicionais e na cachaça de melado homônima produzida na região. As instalações para o engarrafamento da bebida vendida em todo o país podem ser vistas pelos frequentadores. O sanduíche Armazém Vieira é a opção indicada pelo estabelecimento.
Porto Alegre
Água Doce Cachaçaria
Com mais de 100 casas, a marca é uma das maiores redes de cachaçaria do mundo. Na franquia de Porto Alegre, o espaço reserva um cardápio com 180 marcas de cachaças artesanais das mais variadas regiões do país, dentre elas a Havana, de Salinas. Um dos pratos de destaque é o caldo de mandioquinha com pimenta.
Atualizado em 1 Dez 2011.