Foto: VJ SP3TTO/ divulgação
Você já ficou pirando em algum vídeo rolando na pista de dança? Às vezes, parece que eles casam perfeitamente com a trilha sonora. E não é por acaso. Toda essa harmonia é resultado do trabalho dos VJs ( Vídeo Jockeys), a vertente artística da balada que concentra suas mixagens no vídeo, traduzindo em imagens o som de todo o tipo de ritmo, do eletrônico ao MPB.
Responsáveis pela sincronização entre o áudio e imagem, eles utilizam fotos, trechos de longas, desenhos abstratos e filmagens em tempo real. Tornaram-se conhecidos nacionalmente ao participar de festivais como o Motomix, Skol Beats e Nokia Trends. Enfim, estão em todo lugar, marcando presença em shows de artistas famosos, que recorrem cada vez mais a esses profissionais para ilustrar seus shows. Até o Roberto Carlos já convidou um deles para seu especial de fim de ano...
Forma para o áudio
Participante de quase todos os grandes festivais brasileiros, Ricardo Spetto é o atual campeão mundial na categoria. Acompanhando o som dos DJs, Spetto tem como característica principal a preocupação com as cores predominantes de cada cena e com a mensagem embutida. Assim, enquanto elas criam o clima, a mensagem aparece de maneira quase subliminar.
Já o VJ Fernão Ciampra, do coletivo Embolex, enfatiza como a parceria com a galera do scratch pode resultar em uma sensação diferente. "Embora sem o BPM (batidas por minuto), a minha imagem funciona como luz, mas também pode sugerir histórias que se combinam, criando novas formas de narrativas. Trabalhamos junto com o DJ, um encaixe acontece e cria um processo sinestésico".
Foto: Embolex/ reprodução
Para isso, é necessária muita criatividade, paixão e originalidade. Como é o caso da VJ Maria Fernanda, que busca referências no cinema e cria animações próprias para nunca repetir uma apresentação. "Para meu set não ficar uma mesmice, antes de um evento, trabalho durante uns dois dias a edição, procurando oferecer um toque personalizado em cada lugar". Com experiência de cinco anos no ramo, Mafê conhece a maioria dos parceiros que fazem o som, o que facilita muito na hora de escolher as imagens.
Laboratório ao vivo
Participando de curtas metragens e festivais internacionais, o coletivo Laborg às vezes deixa de lado os aparelhos computadorizados para apostar na performance LiveLab, uma forma muito peculiar de apresentação. Cinco curiosos integrantes dão uma de cientistas malucos e fazem seus experimentos de 12 até 20 aquários diferentes, usando tinta, nanquim, óleo, glicerina, seringa e outros materiais. Com lentes de aumento e câmeras em posições diferentes, captam ângulos diversos e criam imagens diferentes a cada exibição, sempre seguindo um roteiro.
No LiveLab pode ser combinado com o DJ antes do evento, para que a trilha e as imagens dialoguem na mesma língua. "Nossa intenção é produzir imagens que são impossíveis de se reproduzir digitalmente, buscar padrões altamente complexos e uma estética própria, uma palheta de truques e desenhos que supere paisagens abstratas, e demonstre uma situação caótica", enfatiza Pablo Zunita, integrante do Laborg.
Apresentação Live Lab, do coletivo Laborg
Espaço
Embora menos hypados que os DJs, os VJs já estão encontrando o seu espaço. Para contratar um, o preço varia de R$ 600 a R$ 2500, dependendo do evento e da quantidade de horas de apresentação. Com um computador (portátil ou não), um bom programa de edição e muito interesse por música e cinema já é possível se arriscar na profissão. A única regra é manter a originalidade.
Quem faz a festa:
VJ Fernão Ciampra - Embolex Creative Pool
Tel.: 11 3875 4707/ 7830 9729
Tel.: 11 9419 2057
MAF3
Tel.: 11 8797 2334
Laborg
Tel.: 118811 2244
Atualizado em 6 Set 2011.