Guia da Semana

Foto: Divulgação/ The Week

Não tem quem não comente sobre a chegada da The Week no Rio de Janeiro. Entre os tops do Brasil, o megaclube gay paulista mal abriu as portas na Zona Portuária e já trouxe uma atração internacional de peso à cidade. Ícone pop dos anos 80 e da cultura gay mundial, Boy George atacou de DJ e comandou uma festa para 2.000 pessoas apenas uma semana após a inauguração do clube, no dia 6 de julho. "Nada foi planejado, só aconteceu na época certa", explica André Almada, o proprietário da casa noturna.

Ele conta que a idéia de levar uma filial ao Rio foi sugestão de uma amiga durante um almoço. Insistente, ela conseguiu finalmente convencê-lo ao apresentar o imóvel em que a The Week Rio de Janeiro foi instalada. Nos moldes da matriz de São Paulo, o clube ocupa um casarão tombado do século XIX, no bairro da Saúde. Os três meses de reforma pelo qual passou foram suficientes para modificar toda a estrutura interna. De original, só restou a fachada. São cinco bares, cabine central e alta, camarote atrás da espaçosa pista, sistema completo de iluminação, lasers e som, banheiros à vontade, climatização 100% regulada e programação fervida.

André Almada: "o público gay é exigente"
Foto: Divulgação
Sem querer, Almada e seu empreendimento atraíram os holofotes para a cena noturna carioca e mostraram uma cidade maravilhosa bem mais colorida. Atraídos pelas opções de diversão oferecidas do final da tarde à alta madrugada, turistas gays do Brasil e do mundo juntam-se à comunidade GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) carioca, que soma 10% da população da cidade, e a noite vira um arco-íris só. O resultado é evidente: bares e casas noturnas conhecidos pela qualidade dos serviços e line-ups começaram a virar point preferido desse público e o rótulo GLS não demorou a estampá-las.

Simpatizantes: sejam bem-vindos!

Não é de hoje que as nights GLS são consideradas as melhores. "Costumamos atrair quem exige música boa e infra-estrutura de primeira", afirma Almada. "A mistura de perfis é essencial para uma festa perfeita, por isso não gosto de rotular a The Week como uma boate voltada somente ao público gay", acrescenta. A Fosfobox dispensa apresentação. Cabbet Araújo, dono dessa festejada casa de Copacabana, também foge dos rótulos: "a nossa proposta desde 2004 é a de ser um lugar livre, onde as pessoas possam se divertir à vontade ao som dos melhores DJs do mundo, por isso atraímos todos os tipos de cliente". Reformas na pista e projetos para quase todos os dias da semana (incluindo peças teatrais!) são os frutos dessa proposta bem sucedida.

Adriana Lima: "não existe muita concorrência
entre as casas"
Foto: Divulgação
Adriana Lima, proprietária da Dama de Ferro, acredita que a abertura da The Week contribui com a cena GLS e, conseqüentemente, com a da música eletrônica carioca: "apesar de os simpatizantes freqüentarem o novo clube, acredito que ele seja bem mais direcionado aos gays, principalmente por ser um lugar gigantesco, inédito e com festas muito grandes. A Dama, por ser menor é mais intimista, a galera é diferente", compara.

Diferente de boates como a Le Boy e o Cine Ideal, que desde o início destinaram sua programação aos homossexuais especificamente, a Galeria Café abriu as portas em 1997 para quem quisesse entrar. Mas quem sempre entra e faz a pista bombar no final da semana são os próprios. "Logo que inauguramos a casa fomos escolhidos por esse tipo de público como um lugar ideal para confraternização", lembra Cláudio Lins, que divide a sociedade do clube com Alexandra Dicalafiori e Eduardo Grasel.

Com as festas novas, como a domingueira Telemusic, e as tradicionais quintas Mr. Black e sábados Mondana, a Galeria continua firme na noite carioca e aproveita para expandir suas atividades. Além da programação musical, os sócios investem no bazar, (um espaço para artistas exporem e venderem seus trabalhos), no teatro (que recebe a 5ª peça em um ano de existência) e em nights beneficentes (geralmente uma sexta por mês). "O público GLS tem muita sensibilidade para a arte", completa Lins. "É um público legal de se trabalhar".

Protesto pacífico
The Week na Parada do Orgulho GLBT do Rio de Janeiro
Foto: Divulgação

? A população GLBT (abreviação de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) está mais em destaque do que nunca. Não estamos só falando de novelas e filmes, mas de violência e diversão. Por estar mais em evidência, essa comunidade sofre mais com a discriminação e intolerância. Problemas como esse, além das limitações das leis de casamento, levam os homossexuais a se manifestarem. O curioso é que eles fazem isso da maneira mais pacífica possível: com festa! Em 2006, a Parada do Orgulho GLBT na cidade maravilhosa reuniu 800 mil estrangeiros e brasileiros de todos os cantos do país na Praia de Copacabana. Para este ano, estima-se a presença de 1 bilhão de pessoas.

? O projeto de lei "Rio Sem Homofobia" (Decreto nº 40.822/07), que tem como objetivo defender os direitos humanos e civis de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros, é uma prova dos passos largos que as organizações GLBT têm dado no Brasil. Principalmente na metrópole fluminense. Mentor desse programa, Sérgio Cabral - ex-candidato ao Governo do Estado do Rio de Janeiro foi quem assinou o decreto.



Serviço
The Week
Dama de Ferro
Fosfobox
Galeria Café
Le Boy
Cine Ideal

Atualizado em 1 Dez 2011.