A versão brasileira do espetáculo Jesus Cristo Superstar, cuja obra original conta com letras de Tim Rice e música de Andrew Lloyd, promete gerar bastante polêmica em sua estreia, marcada para o dia 14 de março, no Teatro Tomie Ohtake. O musical, que foi traduzido por Bianca Tadini e Luciano Andrey, retrata a última semana de vida de Jesus, desde sua chegada em Jerusalém até o dia em que foi crucificado.
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O elemento primordial de do espetáculo é o Rock N’Roll, que, por ter suas características exploradas, como a atitude, ireverência, contestação, agressividade e liberdade, mantém contemporâneo o espírito de um dos mais aclamados musicais de todos os tempos. O enredo da peça apresenta Jesus Cristo, Judas Iscariotes e Maria Madalena como personagens centrais em embates políticos, religiosos e pessoais, que são vividos pela humanidade até os dias de hoje.
Para dar vida ao grande espetáculo, Igor Rickli foi escolhido para viver Jesus, enquanto Negra Li interpreta Maria Madalena; Alírio Netto vive Judas; Fred Silveira dá vida a Pilatos; e Wellington Nogueira interpreta Herodes. A direção artística é de Jorge Takla, enquanto a direção musical fica por conta de Vânia Pajares. Já a coreografia é de Anselmo Zolla.
Mesmo com todo esse suporte, Jesus Cristo Superstar já está passando por pequenos problemas. Recentemente, a Associação Devotos de Fátima publicou em seu site uma petição endereçada à Ministra da Cultura Marta Suplicy para impedir a estreia do famoso musical sob a alegação de que "não se pode promover com o dinheiro dos contribuintes atentados contra a fé dos brasileiros sob pretexto de promover a cultura". A petição, no entanto, já conta com mais de 32 mil assinaturas.
Jorge Takla, diretor artístico do espetáculo, afirmou em coletiva não estar chocado com as críticas de religiosos. "Olha, o Brasil é um país laico. Eu, por exemplo, sou católico, religioso e praticante. E esta peça não fere em nada a minha fé, pelo contrário, ela reanima a minha fé e meus questionamentos. Como toda obra de arte, ela é transgressora sim, pela sua linguagem, e por isso ela faz a gente pensar. E ela vai gerar polêmicas, seja com os católicos, os evangélicos, os budistas, muçulmanos, com os judeus, é normal, é uma obra de arte, ela é feita para isso. E nós estamos servindo à obra como ela é escrita. Mas todo mundo tem o direito de não gostar, assim como nós temos o direito de nos expressar”.
Já o protagonista Igor Rickli disse que sofreu algumas abordagens, mas que está bem feliz com o resultado. “Algumas pessoas ficaram muito ofendidas, outras gostaram e falaram que havia muita semelhança entre mim e Jesus. E eu fiquei bem feliz, porque sempre gostei da história de Cristo. Mas o que mais me chamou a atenção nesses últimos dias é que muitas pessoas que chegaram a ver o ensaio aberto disseram que a história as tocou. Então o que entendemos aqui é que a mensagem foi passada, então o nosso propósito foi cumprido. A nossa mensagem está causando um efeito positivo”.
Jesus Cristo Superstar estreia no dia 14 de março, no Teatro do Complexo Ohtake Cultural. A peça, que tem ingressos de R$50 a R$230, fica em cartaz até o dia 8 de junho.
Por Anna Thereza de Almeida
Atualizado em 11 Mar 2014.