Alta Fidelidade é o novo álbum de Wilson Simoninha. O trabalho interrompe um período de cinco anos sem material autoral lançado pelo cantor e compositor. Com uma sonoridade que traz muitos elementos e influencias da soul music, o músico manteve as características fundamentais de seus discos anteriores em Alta.
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Apostando em “reafirmação”, Simoninha traz em Alta Fidelidade elementos de duas cidades que fazem parte de sua vida: Rio de Janeiro e São Paulo. Gravado nas duas capitais com produtores distintos, o álbum traz 11 composições inéditas, sendo dez autorias e uma assinada por Jair de Oliveira.
Desde 2009 dedicado quase exclusivamente ao Baile do Simonal, projeto que – ao lado do irmão Max de Castro – comandou com a proposta de rever a rica obra de seu pai, Wilson Simonal, Simoninha agora inicia a turnê de Alta Fidelidade pelas capitais do país.
Simoninha volta a palcos paulistas esta semana. O músico mostra a turnê de Alta Fidelidade nos dias 20 e 21 de junho no SESC Santo Amaro. Os ingressos estão esgotados. Em conversa com o Guia da Semana durante os preparativos para uma apresentação especial que fez no Centro da Cultura Judaica, Simoninha falou sobre o novo disco, Baile do Simonal e muito mais. Veja os principais trechos do papo abaixo:
Detalhes da turnê
Foi muito especial pra mim. Eu quis fazer algo um pouco diferente, com mais cuidado. O Baile [do Simonal] tem isso, mas é diferente de um show autoral, de canções inéditas. Eu quis um cenário bacana, com uma luz bacana, mas ao mesmo tempo muito orgânico. Eu não tenho dinheiro para fazer um cenário caríssimo, mas o Zé Carratu, que é meu amigo há muitos anos, conseguiu rapidamente chegar num conceito e desenvolveu tudo com muito carinho. O cenário é São Paulo e Rio, eu estou vivendo muito as duas cidades. E a reação foi maravilhosa. Eu toquei oito canções do disco novo, que tem 11 músicas no total. Fãs e amigos adoraram. Muitos consideraram meu melhor espetáculo.
Simoninha se apresenta no SESC Santo Amaro dias 20 e 21 de junho; os ingressos estão esgotados
Novidades em Alta Fidelidade
Não foi uma ideia propor uma ruptura, e sim uma reafirmação do que eu faço. Cada vez mais eu solidifico como uma sonoridade muito minha. Mas, ao mesmo tempo, eu queria trazer cores diferentes, sabores, sensações... O disco continua no meu universo. Gravei uma boa parte dele no Rio ao lado do Alex Moreira, um produtor parceiro, a ideia era fazer apenas uma música com ele, no fim foram três canções mixadas pelo Alex. Em São Paulo eu trabalhei com outro amigo, o Bruno, com quem eu toco junto há mais de 20 anos. Seriam duas músicas bom o Bruno, acabaram sendo três. Eu fiz cinco. Das 11 canções, 10 são minhas, apenas uma é do Jair Oliveira. Isso dá uma unidade. Eu quis fazer um disco dentro do meu universo, mas ao mesmo despretensioso, prazeroso, bom de se ouvir, agradável.
Diferenças entre o Baile e projetos autorais
As duas coisas são prazerosas, artisticamente falando. O show do Baile é cada dia melhor, a banda está muito entrosada, a gente se diverte muito palco. O repertório e o carisma do Simonal são alguns dos ingredientes que fazem o sucesso do Baile. E as pessoas percebem isso. Já foram mais de 100 shows. O Baile me possibilitou tocar em grandes festivais, nos deu mais popularidade, tanto para mim quanto para o Max. O Baile cumpre um papel muito bacana. Mas o desejo de fazer algo autoral, de botar as coisas para fora, é muito forte, muito poderoso. Eu estou sempre me motivando a fazer coisas novas e diferentes.
Carreira independente da obra de Simonal
Para muitas pessoas sim, para outras, não (ter conquistado independência musical). Às vezes por ‘achismo’ – outras por desinformação mesmo – a galera fala: ‘Poxa, você só canta Simonal’. Até 2009 muita gente me cobrava que eu cantasse Simonal. Eu só cantava “Tributo a Martin Luther King”, uma música mais Lado-B. Fui cobrado e ao criar o Baile comecei a ouvir ‘Pô, você só canta Simonal’. É preciso ter tranquilidade. Isso é o que mais importa, tanto para mim quanto para o Max. Eu tô muito tranquilo em relação a esse tema e acho que as pessoas entendem isso de maneira natural. O Simonal sempre foi um gênio e eu nunca tive a pretensão de me equiparar a ele.
Por Anderson Nascimento
Atualizado em 21 Jun 2013.