Guia da Semana

Não, não estamos necessariamente falando de grana. Estamos falando de investir tempo, de pegar para ouvir, compartilhar, falar por aí. Parece papo de quem quer "reviver a cena", a gente sabe, mas prometemos que vai valer seu tempo.

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Existe uma música brasileira nova, latente, lutando cada vez mais para chegar à superfície do que a gente ouve. E, quando se é brasileiro, fazendo som próprio, e tentando crescer, a vida não é fácil. Confira abaixo alguns motivos para começar a ouvir o que tem de bom no nosso país:

Uma banda de som próprio, diferente de uma banda cover, tem um desafio: criar um conteúdo novo, interessante, envolvente e legal. Uma banda cover, por mais foda e fiel que ela seja, está replicando um conteúdo, ela tem uma base, um modelo, alguém para se espelhar. Ser o seu próprio modelo é o maior desafio de qualquer um, na vida, imagine na música.

Pouco a pouco o país está dando lugar a algumas bandas autorais, o Coala Festival, que rolou dia 15 de março, em São Paulo, reuniu algumas das bandas autorais que vem gerando burburinho, como: O Terno, 5 A Seco, Trupe Chá de Boldo, Charlie e os Marretas, além de Criolo, Tom Zé e outros nomes já consagrados.

Não existe receita pronta, uma banda de som próprio como a Trupe Chá de Boldo, tem 13 integrantes. 5 A Seco são 5 jovens violonistas que se revezam no baixo, bateria e percussão. Revoltzsp, banda paulistana de rock, são 2 garotos e uma menina, entre 14 e 17 anos. A ideia é celebrar a cultura brasileira, botar a tal da cena pra funcionar e sacudir um pouco a playlist.

Em tempos de cultura pop bombando na gringa, e a velha e rabugenta reclamação da falta de qualidade na música brasileira estreante no sertanejo e funk, seja sincero, quando foi a última vez que você deu uma chance a uma banda brasileira?

Foi-se o tempo em que jovens se abarrotavam no Hangar 110, ou faziam filas para comprar CDs em lojas. Agora, o público, ou seja, você, tem a maior munição de todas: o clique. Compartilhar sem medo, curtir, divulgar. Isso tudo não dói, não prejudica e ó, pode transformar a vida de uma galera lutando pela cultura do teu país.

Além do que, em muitos festivais, experiência e música se unem. Arte, intervenções urbanas e muito mais, que ajudam a agitar também outras partes da cultura do país. E ó, se a sua pegada não é música ao vivo, não tem desculpa, existem DJs que produzem seu próprio som ou fazem remixes e mixagens únicas. Quer algumas dicas? Se liga no som dos DJs: Modern Dealer, Gran Fran, Dre Guazzelli, Shaka, Davida, Fabrício Peçanha e o trio Life Is A Loop.

Por Julia Bueno

Atualizado em 17 Mar 2014.