Em São Paulo, Keane renova relação de afeto com os fãs

Em uníssono, milhares cantam emocionados. Os britânicos do Keane estão de volta a São Paulo. Após passagem pela capital no ano passado, o grupo fez show completo - em 2012 a apresentação foi mais curta, abrindo para o Maroon 5 -, cheio de hits.

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O Keane continua excursionando pelo mundo com a turnê de seu mais recente álbum, Strangeland, lançado em 2012. A banda aproveitou a escalação no Lollapalooza Chile para dar uma esticada em terras brasileiras. Com um show redondo, levado por ótimas baladas e uma sinergia ímpar com os fãs, a banda emocionou o Credicard Hall.

"You are Young", faixa nº 1 de Strangeland, abriu a apresentação. Ao longo de quase duas horas, o Keane relembrou canções de seus quatro álbuns de estúdio - cantou até "My Shadow", do contestado EP Night Train, de 2010 - lançados ao longo de quase dez anos de estrada: desde as clássicas "Everybody's Changing" e "Bedshaped", de Hopes and Fears, de 2004; passando por "Nothing in My Way" e "Is It Any Wonder?", de Under the Iron Sea, de 2006; até "Perfect Symmetry" e "Spiralling", de Perfect Symmetry, de 2008.

Mesclando clássicos com as ótimas canções de Strangeland, a banda liderada pelo carismático vocalista Tom Chaplin - que até arriscou algumas palavras em português - provou que merece a devoção de seus fãs, que se mantém fiéis a banda e suas baladas de forte apelo emocional e piano carregado mesmo após quatro álbuns lançados e uma frustrada mudança de sonoridade em alguns trabalhos recentes.

Strangeland marca o retorno do Keane às suas raízes, à sua fórmula inicial que tanto deu certo. E o show no Credicard Hall serviu para mostrar com ainda mais clareza que esse é o caminho que os fãs da banda mais acreditam e querem seguir.

O Keane sobreviveu aos modismos que assombram o britpop, passou ileso pela "síndrome do segundo álbum" e se manteve no topo fazendo um som assumidamente pop, descompromissado com a complexidade, mas que cativa, prende e emociona. E a receita do sucesso do hoje quarteto britânico prova ainda ter muito tempo para durar.