Offspring resgata o punk rock em São Paulo

No domingo, 15 de setembro, cerca de 7 mil pessoas, divididas nos vários setores do Credicard Hall, aguardavam ansiosas pelo show do Offspring em São Paulo. Depois de nove anos sem vir para o Brasil, a banda de punk rock californiana havia feito uma apresentação no dia anterior no Rock in Rio e aproveitou para fazer a alegria dos fãs paulistanos também.

No meio de uma canção do Ramones, presente no setlist do DJ, as luzes se apagaram de vez e era como se todos estivessem pensando “agora vai!”. Depois do tradicional suspense, entraram em cena os californianos que, sem cerimônias, mas com três guitarras elétricas, fizeram o público vibrar com All I Want. Na terceira música, Come Out And Play, o público já estava bem aquecido, mas a energia estava longe de acabar – inclusive para os veteranos da banda.

Os extrovertidos Dexter e Noodles se pronunciaram e interagiram com os espectadores após quatro músicas de cabelos esvoaçantes. Disseram que há muito tempo não vinham para o Brasil e agradeceram o entusiasmo de todos, mostrando-se tão felizes quanto os próprios fãs.

O show seguiu com a excitação sempre crescente, com picos nas músicas mais conhecidas, como Original Prankster, Staring at the Sun, Want You Bad, Hit That, Why Don’t You Get a Job e Pretty Fly, entre outras.

O Offspring fez uma bela retrospectiva de sua carreira e sucessos – fãs sempre dirão que faltou esta ou aquela música que só ele conhece. A banda deixou um pouco de lado o último álbum lançado, tocando apenas a faixa-título – Days Go By – e filtrou o melhor dos antecessores, dentro do tempo que lhes era disponível: Splinter, Smash, Conspiracy Of One e até Ixnay on the Hombre teve sua faixa Mota na seleção. A apresentação, em si, contou com uma boa dose de Americana, álbum lançado em 1998 e considerado um dos 20 melhores de punk rock do mundo pela revista britânica Kerrang!.

Os californianos cumpriram sua missão no Brasil. Os quarentões do Offspring não só tiraram de casa a juventude que cresceu ouvindo seus hits e a juventude que está crescendo e ouvindo hoje, mas também se transformaram nesse público jovem e brincalhão.