Parece que foi ontem, mas já se foram 20 anos desde a nebulosa morte de Kurt Cobain. Em pleno 2014, nos resta perguntar como seria um Kurt Cobain de 47 anos se estivesse vivo.
O que é possível afirmar com certeza é a importância do legado deixado pelo maior símbolo do grunge. Mesmo após a sua morte, o trabalho de Kurt e também sua personalidade rebelde, se mantém firme até por aqueles que nasceram tempos depois de sua morte. O músico que mudou o curso do rock contemporâneo liderou com o Nirvana a efervescência musical em Seattle. "Nevermind", um dos álbuns de rock mais importantes da história, levou em 1991 a música independente a outro patamar.
Nos anos seguintes à sua morte, Cobain foi lembrado como um dos músicos de rock mais famosos da história da música alternativa. Foi considerado o 73º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone e o 45º maior cantor de todos os tempos. Na MTV, conquistou o 7º lugar das "22 Melhores Vozes na Música".
E não para por aí. Como o ex-vocalista do Nirvana não tem túmulo, diversos fãs do Nirvana visitam o Viretta Park, perto da antiga casa de Cobain, no lago Washington, para homenageá-lo. Usualmente, no aniversário da sua morte – 5 de abril – os fãs se reúnem no parque para celebrar sua vida e memória.
20 anos depois: história que ainda levanta dúvidas
A versão que se conta da morte de Kurt Cobain, é que em 5 de abril de 1994 o músico deu um tiro na cabeça e tirou a própria vida em Seattle, nos Estados Unidos. O seu corpo foi encontrado três dias depois por um eletricista, que havia chegado para instalar um sistema de alarmes. E foi assim que Kurt Cobain entrou para a lista da maldição dos 27 anos, idade fatal para os músicos Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin e Amy Winehouse.
Até hoje, há controvérsias sobre a causa da sua morte. O detetive contratado pela viúva do rockeiro, descobriu que a nota de suicídio, em certas partes, tem uma letra diferente da de Cobain, e também não possui suas digitais, assim como a a arma. Ele também possuía uma alta concentração de heroína no sangue, três vezes uma dose letal, mesmo para um grande viciado. Tom afirma que ele não poderia ter injetado-se com tal dose e ainda ter sido capaz de puxar o gatilho; ele acredita que não foi suicídio, e sim um assassinato, e que Love possa estar envolvida.
Com a proximidade do 20º aniversário da morte de Kurt Cobain, novas evidências trazem mais uma vez o caso à tona. Um investigador da polícia de Seattle revisou arquivos relacionados ao suicídio do vocalista do Nirvana, apresentando quatro novos rolos de filme 35 mm achados nos cofres da polícia. Os filmes estão com uma pigmentação verde, natural da deterioração, porém, ainda são mais claros do que as fotos Polaroids tiradas pelos investigadores da época.
A polícia fez uma revisão sobre o suicídio de Cobain para se preparar para responder perguntas sobre o assunto e pretende divulgar uma imagem do material.
Para relembrar
Os fãs podem emergir um pouco mais no universo de Kurt com uma das obras de Gus Van Sant, o filme Last Days, de 2005. O filme conta o que poderia ter acontecido nas últimas horas da vida de Cobain.
Outro jeito de relembrar o talento do cantor, é jogar o game Guitar Hero 5, que traz características de Cobain como personagem. No entanto, a inclusão de Cobain encontrou-se com uma controvérsia com os colegas sobreviventes Krist Novoselic e Dave Grohl e sua esposa Courtney Love expressaram consternação com a habilidade de usar qualquer música com Cobain.
Homenagem de família
Se depender de Courtney Love, grandes planos podem ser realizados em relação ao legado de Kurt. A viúva do vocalista do Nirvana afirmou recentemente que espera que fazer uma cinebiografia, um documentário e um musical sobre ele. A última produção, conforme ela contou à revista britânica NME, é “muito provável” que seja realizada e que ela e a filha do casal, Frances Bean Cobain, a produziriam juntas.
Porém, a história não é assim tão simples. Courtney quer que a peça seja criada de uma maneira única e diferente. “Deve ter uma história e uma grande história, uma que não foi contada antes. Gostaria que um time de primeira dedicasse horas incontáveis para criar um projeto que reflita Kurt da maneira respeitosa, mas o mais honesta possível, para que a trajetória dele, sua música e seu legado possam ressuscitar no teatro não apenas para o mundo assistir, mas para que nossa filha possa ver. Eu sei que o espírito do pai dela estará no palco e sentar naquele teatro com ela será uma das experiências mais emocionantes das nossas vidas.”
O que será que Kurt pensaria disso tudo?
Por Marina Marques
Atualizado em 2 Abr 2014.