Guia da Semana

Fã que é fã compra todos os discos, tem pôsteres espalhados pelo quarto e fazem de tudo para estar perto da sua banda favorita. E a admiração pelos cantores não tem idade e o grupo nem necessariamente precisa existir mais. O que importa é o legado que os artistas deixam para o seu público.

Beatles
Um exemplo é o beatlemaníaco Marcelo Gripa. Com apenas 24 anos, o jornalista escuta Beatles todos os dias e, entre outras coisas, admira demais a forma como a música do quarteto de John Lennon, Paul McCartney, George Harrisson e Ringo Starr toca as pessoas. "As características principais são a genialidade e a simplicidade", conta. E vai além. "Eles não são tecnicamente melhores que um Led Zeppelin, por exemplo. Mas eles ganham na magia da composição das suas músicas", explica.

A paixão pelos Beatles começou de uma forma bastante curiosa. Antes de se apaixonar pelos Beatles, ele curtia - e muito - o pagode. "Em 2001, eu dei para meu pai de presente uma coletânea dos Beatles com os 27 maiores sucessos. Comecei a ouvir, gostar e me aprofundar". E põe aprofundar nisso. Além de ter quase todos os álbuns, ele foi a Liverpool, a cidade natal da banda que fica na Inglaterra, para conhecer o estilo de vida dos seus habitantes e imaginar como os seus ídolos viviam. E, claro, comprou muitos suvenirs. "Trouxe camiseta, moletom, bonecos e uma estátua do John Lennon", só para começo de conversa.

Guns 'n' Roses
Mas se a banda está em atividade, por que não ir atrás dela? Pois foi o que fez a bartender Kate Carmo, de 27 anos. Fã dos Guns 'n' Roses, ela se apaixonou pela banda desde os anos 90, quando eles estouraram nas paradas e Axl Rose foi até eleito o homem mais bonito do mundo. "Ele é lindo, perfeito, maravilhoso", entrega. "E continua lindo, cheiroso e supercarismático".

Decidida a sair do país para ver o show da banda, ela juntou uma boa grana. "Mas soube que eles viriam cantar no país. Aproveitei o dinheiro e usei para ficar hospedada em todos os hotéis onde eles iam", conta. Na primeira vez que, finalmente, o tão esperado contato aconteceu, ela conheceu todos, menos Axl. "Mas a governanta deles era brasileira e peguei amizade com ela". Aí não foi difícil, mais tarde, enfim, ver o ídolo de perto. Ela conseguiu credencial para entrar no camarim de Axl, que é separado dos membros da banda. "Foi no show em Porto Alegre. Eu o conheci e ele autografou minha tatuagem do Guns. Depois eu fiz uma tatuagem em cima da assinatura dele", conta. As coisas ficaram mais fáceis depois disso. Tomava café com os cantores e até teve happy hour. "No Rio de Janeiro, eu tomei caipirinha na praia com o baterista".

Outro encontro memorável de Kate foi com o Slash, que foi o guitarrista do Guns até 1996. Em carreira solo, ela o conheceu em um show que ele fez aqui no Brasil. Foi até o aeroporto com um amigo dela, que fez um desenho do guitarrista e que queria entregar a ele. "Assim que o Slash passou, meu amigo falou com a esposa dele para entregar o quadro. Ela adorou! E ela perguntou se a gente tinha ingresso para o show. No fim, ela deu o ingresso e a credencial para o camarim", lembra. Se Kate vai para o Rock in Rio ver o Guns no dia 2 de outubro? Claro. "E vou me hospedar no mesmo hotel que eles".

Bon Jovi
Para algumas pessoas, não basta somente seguir o ídolo quando ele vem em uma turnê pelo Brasil. Para sempre estar perto dele, vale até sair do país. Foi o que fez Nancy Munhoz, que hoje mora em Nova Iorque e trabalha com decoração de festas. "Gosto disso porque tenho flexibilidade de horários. Se ele vai gravar um clipe ou um filme, posso sair e ir assistir", explica.

Sua paixão por Jon Bon Jovi começou logo quando a banda estourava nas paradas, em 1986, mas ela se tornou fã de carteirinha um ano depois. "Desde então, amo a banda e faço tudo por ela e para estar perto dela", conta. E ela fala sério. O seu primeiro contato foi em 1990, quando eles vieram para o Brasil. Além de conseguir entrar na entrevista coletiva, fechada para a imprensa, ela ainda teve oportunidades de ficar bem pertinho deles: descobriu o hotel em que a banda ficou hospedada. "Não tive dúvidas. Fui para lá e, na época, eu era nova e não tinha muito dinheiro para gastar. Mas dei tudo o que eu tinha para um funcionário do hotel, que me deixava ficar no bar, na piscina, mesmo sem ser hóspede. Lá, consegui muitas coisas, tirar fotos, e conversar com o Jon Bon Jovi", lembra.

Mas, para Nancy, isso não era suficiente. Ela queria estar todo o tempo perto deles. "Eu me sentia muito mal morando no Brasil e estando longe da banda em tempo integral. Eu me correspondia com fãs que moravam nos Estados Unidos que o viam toda hora, sabiam onde ele morava e tudo o mais. Queria fazer as mesmas coisas que eles e fui atrás desse sonho". E assim foi. E a proximidade é tanta que ela mora perto dele - tanto é que, às vezes, ela o encontra na rua. Nancy conhece a família dele, passa pelo seu apartamento e ele acena para ela. "Um dia, ele me perguntou como estava e, quando cortei o cabelo, ele reparou e comentou!". Porque não basta ser fã, tem que participar - mesmo.

Atualizado em 1 Dez 2011.