O sentimento de nostalgia rondava o ambiente do Credicard Hall, casa de shows da capital paulista, na noite desta quinta, 4. O Só Pra Contrariar – munido com a volta do vocalista Alexandre Pires -, um dos mais importantes nomes do pagode na década de 1990, subia ao palco para celebrar 25 anos de estrada.
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O grupo mineiro, que esgotou entradas para três datas consecutivas em São Paulo, foi saudado efusivamente por milhares de fãs saudosos e ansiosos. Com superprodução, o SPC iniciou o show com “O Samba Não Tem Fronteiras”, um dos seus primeiros sucessos, gravado no início da década de 1990.
A partir daí o que se viu foi uma sequência interminável de hits. “Outdoor”, “Que Se Chama Amor”, “A Barata”... Todos cantados em uníssono por uma legião que aguardava ver Alexandre Pires ao lado do SPC desde 2002, ano que o vocalista anunciou sua saída do grupo.
Para celebrar o gênero que viveu seu auge há duas décadas, Fernando Pires – também vocalista do SPC e irmão de Alexandre – emendou um pout-pourri com sucessos de outros nomes do pagode noventista, como Katinguelê, Negritude Jr., Molejo e Raça Negra. O público, claro, foi ao delírio.
O grupo ainda mostrou uma inédita, “Ao Som do SPC” – a canção não tem o mesmo peso das antigas por não contar com o "fator nostalgia" -, além de relembrar outros hits como “Domingo”, “Tão Só”, “Mineirinho”, “Essa Tal Liberdade” e “Depois do Prazer”. Os anos 1990 são hoje. O pagode nunca fez tanto sentido.
Quem não cresceu ouvindo pagode na saudosa década de 1990 não entendeu o sentimento vigente na noite de quinta no Credicard Hall. A princípio, as músicas do Só Pra Contrariar – e de todos os grupos que fizeram sucesso na época – soam melosas, cheias de clichês e com melodias fáceis. Hoje, duas décadas depois, o “pagode 90” ganhou hype e fãs diversos. Falar de amor de um jeito encantadoramente piegas sempre será contemporâneo.
Por Anderson Nascimento
Atualizado em 5 Jul 2013.