"Memórias do Cárcere" é um livro autobiográfico que foi publicado após a morte do escritor, em 1953. As memórias retratam o período em que Graciliano Ramos foi preso político pelo regime Vargas entre 1936 e 1937, por seu envolvimento com o comunismo. A escrita do livro se iniciou apenas dez anos depois, em 1946, em que o escritor narra histórias pessoais e de companheiros que viveram com ele no cárcere. Dessa forma, Graciliano retrata de forma dura as injustiças do governo, como censuras, desaparecimentos, torturas e até mortes.
"Infância" é um livro autobiográfico do escritor, que nasceu em Quebrângulo, cidade de Alagoas, em 1892. Como o título indica, o autor descreve sua história de quando era menino até a adolescência. Ele retrata uma infância difícil, repleta de repressões e violências que eram típicas do ensino pedagógico das crianças do nordeste do século 19. O retrato comportamental dessa sociedade serve como crítica social ao sistema de ensino da época.
"Angústia" foi o livro que Graciliano Ramos escreveu enquanto esteve preso sob a ditadura Vargas. Publicado em 1936, o livro conta a história de Luís da Silva, um escritor que nasceu de uma família de posses em Maceió. Entretanto, com a morte do pai, boa parte de sua herança foi tomada por credores por causa de dívidas. Assim, Luís consegue um trabalho no jornal do governo e passa a morar numa pensão, por causa da dificuldade financeira. A partir de então, ele conhece Marina, por quem se apaixona, mas o relacionamento se torna conturbado quando ele descobre uma traição. A história é narrada em fluxo de pensamentos tomados pelas angústias de Luís, de forma fantasiosa e delirante. O livro, portanto, retrata as camadas sociais de um Brasil em época ditatorial, e também faz uma crítica à burguesia.
Publicado em 1938, “Vidas Secas'' foi o grande triunfo do escritor. O livro narra a história de uma família retirante que foge da seca nordestina. Assim, seguimos Fabiano, o pai, Sinhá Vitória, a mãe, os dois filhos e a cachorra Baleia. De origem extremamente pobre, a família viaja até encontrar uma casa pequena na qual se instalam. Entretanto, a casa possuía um dono que os faz trabalhar para poderem viver sob aquele teto. Dessa forma, Graciliano retrata a miséria, a exploração de trabalhadores pobres, a violência policial e a falta de políticas públicas da região.
Publicado em 1934, "São Bernardo" retrata a história de um homem órfão, Paulo Honório, que ascende socialmente e vira dono da fazenda São Bernardo. Em primeira pessoa, conhecemos a fala sem instrução e repleta de gírias da região nordestina da época de 30 de Paulo, que nos conta a história de como ele conseguiu o feito. Ele inicia a história como um menino trabalhador na fazenda, mas que acaba se envolvendo em controvérsias e encrencas para conseguir o seu prestigioso objetivo.