Guia da Semana

Apesar de muito recente, a cidade de São Paulo tem um ótimo histórico de receber grandes musicais. No últimos 10 anos, a cidade recebeu espetáculos como “Mamma Mia”, "Hairspray", “Fantasma da Ópera”, entre outros.

Mas a dúvida pairava no ar: estaria a cidade pronta para receber algo tão grande como o Rei Leão? Teria estrutura, atores que cantassem e dançassem, ténicos de som e luz para hospedar o musical de maior sucesso no mundo? E a resposta é simples: sim, tem.

O Guia da Semana assistiu ao musical do Rei Leão e te conta mais sobre o que achou do espetáculo. Confira:

Produzido a trancos e barrancos


Por ter como pano de fundo a África, uma das principas exigências para se montar o Rei Leão foi que se mantivessem as raízes do espetáculo original, tendo a maioria de seus atores negros. Por ser uma particularidade muito específica, foi difícil preencher o mínimo requerido pelos criadores do musical e, parar suprir a falta, foram trazidos muitos profissionais da África do Sul para cá, dando um clima mais regional ao musical.

O destaque vai para Phindile Mkhize como Rafiki. Seu sotaque dificulta a compreensão de algumas falas, mas como a maioria de suas linhas é dita em dialetos africanos, não dá para se incomodar. E sua presença de palco é incrível, roubando a cena dos atores principais a qualquer momento em que aparecesse.

No elenco de brasileiros não há grandes atores de musical já consagrados. A grande maioria que está no palco tem pouco ou nenhuma experiência no gênero, mas isso não influenciou no resultado final. Seu esforço é impressionante, sendo imperceptível sua “inexperiência”.

Uma canção sobre a África


Se no desenho do Rei Leão a África é usada apenas como cenário, aqui o continente se torna o persongem principal. Sua cultura permeia todo espetáculo nas maquiagens, figurinos e máscaras. Mas a sutilidade é restrita ao primeiro ato.

O segundo ato do espetáculo começa com "Um a Um", uma bela homenagem a música e dança africana, com atores vestidos com roupas tradicionais, que fogem do figurino da peça. Quase na sequência, "Terra Seca" é uma canção de amor ao continente, apesar de seus infortúnios.

Versão Brasileira X A Sua Infância


Uma das principais mudanças que pode ser percebida ao conferir o musical é que, durante a adaptação do espetáculo para o português - e por também ser uma exigência da Disney quando o musical foi criado -, a tradução das músicas mudou um pouco em relação ao filme. E, para qualquer fã de infância da história de Simba, a diferença sentida acaba sendo bastante forte.

As diferenças talvez passem batido pelas primeiras músicas, como em “Mal posso esperar para ser rei”, ou nas pequenas mudanças no “Ciclo da Vida”, mas em Hakuna Matata, música clássica em que Simba canta com Timão e Pumba, o choque da mudança é bem forte.

Mesmo não dando para cantar junto com os personagens do musical, fica difícil não se contagiar com a produção, a energia e a mensagem do espetáculo. Se você é fã do Rei Leão ou mesmo de musicais, este espetáculo é mais do que só um programa cultural, é uma obrigação. Afinal, não é sempre que o Brasil recebe o musical de maior sucesso do mundo.

Por Edson Castro

Atualizado em 28 Mai 2013.