Cinco anos após sua estreia na Broadway, o espetáculo Shrek, O Musical, que já passou por Curitiba e Rio de Janeiro, chega a São Paulo, especificamente no Teatro Bradesco. Inspirado no roteiro da aclamada animacão da Dreamworks, a peça mostra as aventuras de um ogro que precisa resgatar uma princesa para conseguir seu pantano de volta das mãos de um tirano.

+ Saiba mais sobre Shrek, o Musical
+ Relembre outros grandes filmes que viraram musicais
+ Veja 5 motivos para assistir "Shrek, O Musical"

Como em toda adaptação para outro formato, o musical abre suas concessões na hora de retratar no palco o que é visto no filme. Fica a estrutura da história, o nome dos personagens e alguns (poucos) momentos musicais. Vai embora, porém, o humor crítico e ácido que tirava um barato dos contos de fadas e da Disney. Não que isso seja ruim, é apenas diferente.

Se o filme proporciona um divertimento que por muitas vezes parece mais voltado para adultos, a versão musical, com algumas piadas escatológicas e pastelão, mira e acerta em cheio as crianças, mas nada que estrague o produto final, que tem um polimento impecável.

Como em qualquer grande superprodução, os números causam frisson e muita emoção. Durante a peça, são usados mais de 200 figurinos e 90 cenários. Todos impressionam bastante por sua beleza e complexidade, justificando as oito indicações do espetáculo ao Tony Awards (maior premiação da Broadway), em 2008.

Entre os muitos efeitos surpreendentes que enriquecem a produção, o grande destaque fica para o ilusionismo de Issao Imamura, que, como num passe de mágica, faz a princesa Fiona levitar.

No elenco, os atores Diego Luri e Giulia Nadruz, Shrek e Fiona respectivamente, se esforçam bastante para passar aos espectadores um pouco do carisma dos personagens do longa. Porém, quem rouba a cena é o Burro, interpretado por Rodrigo Sant’Anna, famoso por interpretar a personagem Valéria, do programa Zorra Total, da Rede Globo.

O ator, por sua vez, deixa de lado a inocência do personagem do filme para encarnar um típico malandro carioca, com muitos bordões e gírias atuais. Felizmente – ou não –, essa mudança entrega boa parte das melhores piadas.

No final das contas, Shrek, O Musical é uma boa opção para os pais que querem levar os filhos para assistir a uma grande produção e para os que querem relembrar – pelo menos um pouco – a animação que marcou época. Se você se encaixa em um desses casos, o Guia da Semana te deseja um "bom espetáculo". Só não espere, no entanto, se divertir tanto quanto os baixinhos.