Ter orgulho de ser um LGBT (lésbica, gay, bissexual, travesti ou transexual) parece muito natural na atualidade. Porém, nem sempre foi assim. Ter orgulho da sua orientação sexual e identidade de gênero; entender que a diversidade sexual deve ser celebrada; e ter a consciência de que a orientação sexual e a identidade de gênero são inerentes ao indivíduo e não podem ser voluntariamente alteradas são conquistas recentes – e nada fáceis – de um movimento antigo.
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Uma das maiores confusões que rola no mundo LGBT é a diferença entre a ‘identidade de gênero’ e a ‘orientação sexual’. Na prática isso quer dizer que as pessoas transexuais e travestis não são necessariamente homossexuais. Ou seja, elas têm demandas diferentes das da população LGB ou cisgênera (que não é transexual).
Para entender melhor do que estamos falando, o vídeo “Pergunte Às Bee 20 - Trans* com Moça, Você É Machista” explica a diferença entre homossexuais e transexuais.
Por mais diferentes que esses termos sejam, as conquistas relativas ao reconhecimento da identidade de gênero demoraram a chegar. Um bom exemplo é a tradicional Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, cujo lema de nenhuma das dezessete edições fez referência direta às pessoas transexuais ou a transfobia – apenas segunda edição, a de 1998, citava “travestis” e “lésbicas”.
Com o objetivo de mudar essa realidade, Daniela Andrade, ativista trans, lançou uma petição online, que contou com mais de 6.500 assinaturas. O objetivo era que o tema da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo em 2014 fosse mudado e promovesse visibilidade às questões relacionadas à identidade de gênero no país - principalmente a PL 5002/2013, conhecida como Lei João W Nery, que visa reconhecer a identidade de gênero de travestis e transexuais. Depois da pressão nas redes sociais e campanha massiva, a manifestação finalmente mudou o tema e passou a usar a sigla “T”.
Diante disso, depois de recuar e dizer que não mudaria o tema e gerar mais reações em meio ao movimento, a APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) voltou atrás e entrou em um consenso com o ativismo. Foi decidido que o tema “País vencedor é País sem Homofobia. Chega de Mortes! Criminalização Já” seria alterado para “País vencedor é país sem HomoLesboTransFobia! Pela aprovação da Lei de Identidade de Gênero Já”.
Como o ano de 2014 é o ano da visibilidade trans para o Canal das Bee, nós ficamos imensamente felizes! Essa medida certamente impulsionará as discussões. E essa luta, que deve ser da sigla toda (uma vez que somos todos da mesma sopa de letrinhas), começa a ganhar mais força.
Confira o vídeo que fizemos para que mais pessoas assinassem a petição. Atingimos esse objetivo, mas ainda há milhares para serem atingidos. Conheça o Canal das Bee e faça parte dessa luta, seja você LGBT ou simpatizante.
Por Debora Baldin e Jessica Tauane
Atualizado em 29 Abr 2014.