As bicicletas estão presentes por toda a cidade
A Antuérpia tem seus lados, como quase toda cidade. A parte antiga, muita antiga, tem ruelas estreitas e prédios seculares, praticamente todos abrigando pequenos comércios no térreo. No início do verão, a pontualidade belga fecha as portas do comércio às seis da tarde, impreterivelmente, mesmo que o sol ainda esteja alto - porque, como em quase toda a Europa, é o momento de se refestelar nos bares, com as inúmeras cervejas artesanais das quais os belgas se orgulham, nos restaurantes que colocam as mesas nas ruas, comprar quitutes nas confeitarias e sentar ao sol, que só se vai perto das dez da noite.
Por outro lado, a Antuérpia tem um centro comercial, moderno, de avenidas largas e intensa movimentação de negócios. Não é o lado que o turista prefere ver, mas é o que faz dela mais uma cidade belga pujante. É a terra dos diamantes - desde 1447 a cobiçada pedra tem sido cortada, polida e negociada na Antuérpia. Hoje, 1,8 mil comerciantes de diamantes se aglomeram em uma pequena área da Estação Central, no distrito do Diamante. Em números, 80% dos diamantes brutos de todo o planeta, 50% dos diamantes cortados e 45% dos diamantes industrializados passam pela Antuérpia. Logicamente, para o turista mais afortunado, é o lugar ideal para comprá-los e conhecer tudo sobre a história dessa pedra preciosa - a cidade tem, inclusive, o Museu do Diamante, que usa efeitos de luz, som e imagem para ilustrar a história da joia.
Aliás, os museus são um dos pontos altos da pequena Antuérpia. Quem gosta de moda precisa visitar o MoMu (Museu da Moda), que também abriga uma escola que recebe estudantes e pesquisadores de todo o mundo. Além das coleções permanentes de estilistas internacionalmente reconhecidos, o MoMu apresenta exposições temporárias incríveis, exibidas de forma pouco convencional para o ambiente de museu. Aliás, nessa cidade belga, o brasileiro vai encontrar poucas coisas consideradas convencionais por aqui.
As bicicletas. Plana e linda, a Antuérpia, como muitas outras cidades europeias, convida ao uso da bicicleta. Mas, enquanto aqui se discute a construção de mais ciclovias, lá os motoristas convivem com as bicicletas sem que sejam necessárias vias especiais para isso. Todos entendem que há os veículos de quatro rodas, motorizados, e os de duas rodas, sem motor. Ponto. O trânsito entre eles e os pedestres flui de forma natural e civilizada: as ruas são para carros, motos e bicicletas. Isto está posto e surpreende o turista brasileiro. Bebês são carregados em engenhocas acopladas em bicicletas, famílias circulam sem medo dos motores. E param e se refestelam nas famosas bomboniéres belgas. É verão e o europeu fica mais feliz.
A alegria do belga. Uma das possibilidades de conhecer a Antuérpia, se o turista está primeiro na França, por exemplo, é pegar o trem de Paris diretamente para a cidade. A viagem, de cerca de duas horas, parece promover uma transformação no humor dos habitantes. O tradicional parisiense rabugento fica para trás e o turista é recebido por um alegre povo belga. Disposto, sorridente, atencioso. Não fique tentado a conhecer os cerca de 25 museus que a Antuérpia oferece. Ganhe as ruas e bisbilhote o contraste entre o medieval e o design moderno; experimente o delicioso jenever, uma espécie de licor tradicional na Bélgica; prove a cerveja Duval (que eles dizem ser a cerveja do demônio... mas não é não!) e os chocolates artesanais; vá até o enorme porto, que fica um pouco distante da cidade antiga, mas que oferece uma outra visão de uma cidade que mistura o medieval, o barroco, a renascença e o ultramoderno entre seus quarteirões. E, é claro, reserve alguns euros para comprar o que há de melhor em termos de design belga - e você ficará impressionado. De fato.
Em números:
- A Antuérpia é a segunda maior cidade da Bélgica.
- Na Antuérpia são negociados 80% dos diamantes brutos e 50% dos diamantes lapidados do mundo.
- Tem quase meio milhão de habitantes.
Em atrações:
- O interior do centro histórico abriga a Catedral de Notre Dame, igreja gótica dos séculos 14 e 15, que constitui o maior templo da Bélgica, com a sua flecha de quase 122 metros. Dentro dela é possível ver várias obras do pintor Rubens (1577 - 1640), que viveu muitos anos nessa cidade. Aliás, há um museu dedicado a ele lá.
- As dezenas de lojas de estilistas locais que, na década de 1980, transformaram a cidade em na capital da moda da Bélgica - e uma das mais arrojadas da Europa. Espere criações inusitadas, preços atraentes e roupas realmente diferentes das grandes grifes internacionais espalhadas pela Europa.
- Tavernas, tavernas. Passeie, perca-se no tempo e experimente várias delas.
Quer todas as informações antes de incluir a Antuérpia no seu roteiro? Passa aqui:
http://visit.antwerpen.be
A repórter viajou a Bélgica a convite da Value Retail, proprietária da rede Chic Outlet Shopping Villages.
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Tu digita e eu dou enter
Quem é a Colunista: Milena Fischer, 35 anos, mãe da Manuela, seis anos, e editora-chefe do Guia da Semana para Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O que faz: mãe em tempo integral (mesmo quando o tempo não permite), é jornalista, escritora e tenista amadora.
Pecado Gastronômico: cheesecake, sempre.
Melhor lugar do mundo: onde eu estiver com a Manu.
O que está ouvindo no rádio, mp3 e iPod: Paul McCartney.
Fale com ela: pelo e-mail [email protected] ou a siga no twitter (@milenafischer).
Atualizado em 6 Set 2011.