Talvez você nunca tenha ouvido falar do Grupo Opni (Objetos Pichadores Não Identificados), mas os caras estão na estrada desde 1997 construindo um coletivo de arte urbana que nasceu na Zona Leste de São Paulo e já percorreu por diversos pontos da cidade e, recentemente, até representou o Brasil fora do país.
Val, Toddy e Cris são amigos de infância e é o trio que está a frente do projeto, que quando foi formado agrupou aproximadamente 20 jovens da comunidade Vila Flávia, em São Mateus. Com o tempo, o número e as pessoas foram variando, mas mesmo entre altos e baixos, o coletivo seguiu em frente e não deixou de prosseguir com seus trabalhos artes visuais.
Foi com a pichação e mais tarde o grafite que a história tomou corpo e um coletivo que foi formado sem pretensão alguma se viu com um papel importante na comunidade. Para eles a ideia não é só uma questão de pintar o muro, mas sim um atitude. “Nosso grafite tem muito da questão negra, porque essa é a nossa história", explica Val em uma entrevista a revista Raça.
Com o tempo aconteceu o desdobramento do coletivo e foi criado paralelamente o projeto São Mateus em Movimento, um espaço que segundo o site oficial do Opni tem a “intenção de proporcionar, por meio de atividades culturais diversas, entretenimento e conhecimento à população local, principalmente ao público jovem”. E tem mesmo!
Entre as atividade que os jovens podem encontrar por lá estão o grafite, capoeira, música, contação de histórias e teatro, que durante as oficinas também são abordados o contexto histórico da região, desigualdade social, drogas e sexualidade.
Em 2011 o Espaço São Mateus em Movimento se tornou uma associação, passando a se chamar Associação Centro de Arte Educação São Mateus em Movimento. A diretoria é formada por agentes culturais da redondeza. Viu como um coletivo pode transformar a sua comunidade?
Por Juliana Andrade
Atualizado em 5 Mai 2014.