Pelo menos alguma vez na vida você já trombou com um artista itinerante, seja poeta, artista plástico ou músico. Pois bem, uma parte dessa galera se juntou e há alguns bons anos (desde 2002) para formar o coletivo Poesia Maloquerista.
“Passamos a gerar um diálogo popular e identidade mambembe, indo aonde o povo está, tradição que sempre resistiu aos meios de comunicação padrão”, diz Caco Pontes, um dos integrantes do grupo, em entrevista via e-mail ao Guia da Semana.
E não pense que é pouca gente, não. Segundo Caco, a rotatividade do Poesia é enorme já que, “por ter um caráter de processo colaborativo (e constante), existe alta rotatividade de integrantes. Da fase inicial, permanecem dois até os dias de hoje. A equipe atual fixa, que atua no projeto das bibliotecas, envolve seis pessoas, isto sem contar os diversos outros parceiros que fortalecem o movimento informalmente”.
A poesia é a base de linguagem do grupo, mas as atividades vão além do que foi proposto no primeiro momento. “Abrimos o campo de criação e troca de experiências, desenvolvendo saraus, oficinas, publicações impressas e virtuais, promovendo intervenções, performances e eventos multimídia, visando a ocupação dos espaços públicos, possibilitando, assim, uma popularização maior da poesia”, explica o poeta.
Os encontros rolam com frequência na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, em Pinheiros, e muitas pessoas e artistas aparecem por lá. Durante esses anos todos, o coletivo só se fortaleceu e a interação é total. “Percebemos que muito se conquistou e amadureceu na trajetória, a partir das diversas parcerias e articulações em rede que envolvem os diversos coletivos culturais da cidade, do país e do mundo, gerando uma série de atividades para, cada vez mais, alcançar públicos variados e trazer a poesia e a literatura para a conversa cotidiana, estimulando o interesse pela leitura e expressões artísticas que refletem culturas e experiências múltiplas no contexto atual”, conclui o artista.
Por Juliana Andrade
Atualizado em 19 Abr 2014.