O governo da Bahia está investindo nessa área como um novo produto do turismo no estado. O objetivo é atrair o fluxo contínuo de visitantes e, assim, fomentar o desenvolvimento da região do vinho nordestino. Além da Bahia, Pernambuco também vêm se destacando na vitivinicultura, ou seja, no cultivo de uva e vinho. Dentre as várias vinícolas da região, destacam-se a Adega do Vale, Louvara Miolo, Garziera, Boticelli e Bianchetti.

O enoturismo torna-se importante para a região do Velho Chico, pois a partir do momento em que se desenvolve a atividade, outras crescem agregando suporte ao turismo, como a criação de novas pousadas, hotéis e restaurantes, que aumentam a oferta de empregos.

Histórico no Brasil

O enoturismo iniciou-se no Brasil em 1950, sem uma denominação específica, mas já se fez presente no cenário dos roteiros turísticos. Posteriormente, passou a ser chamado de turismo vinícola. A Michelon, de Caixias do Sul e a Dreher, de Bento Gonçalves, ambas no Rio Grande do Sul, foram as primeiras a abrirem suas portas ao enoturismo.

Depois dessa iniciativa, outras vitivinícolas integraram-se à atividade, que passou a ser o carro-chefe da região Sul. Atualmente, o enoturismo é um ótimo negócio para as agências de viagens, operadoras turíticas e uma opção diferenciada para os turistas, que une o prazer de viajar e a paixão pelo vinho. A Serra Gaúcha e o Vale do São Francisco são os principais destinos do enoturismo.

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A loja da Vinícola Ouro Verde, na Bahia, conta com todos os produtos da Miolo

Migração da uva

Atraídos pelas condições topográficas da região do São Francisco, o Miolo Wine Group, pioneiro no plantio de uvas finas no Brasil, adquiriu a Fazenda Ouro Verde, que fica na cidade de Casa Nova, na Bahia. Todo o vinhedo conta com um sistema de irrigação especial, que é feito por gotejamento, em virtude do clima semi-árido, da baixa precipitação de chuvas e da grande incidência de luz solar.

A vitivinícola Ouro Verde é a responsável pela produção da linha Terranova. Ela produz anualmente dois milhões de litros de vinhos e espumantes e mais 520 mil litros de vinho para brandy ou conhaque.

Outros migrantes do Rio Grande do Sul são o casal de enólogos Ineldo Tedesco e Izanete Bianchetti Tedesco. Eles estão no Nordeste há 25 anos elaborando vinhos e há 12 anos com sua adega em Lagoa Grande, Pernambuco. "Viemos para a região conhecendo o potencial das uvas no Nordeste", explica Izanete sobre o motivo que os levou a investirem no local.

Ela completa que o principal atrativo é o próprio Rio São Francisco com sua ilhas, barragens, culturas e seu povo hospitaleiro. O governo estadual possui um sistema de incentivo aos produtores de uva, que vai vigorar por 12 anos, de acordo com Izanete.

Na vinícola Bianchetti, a principal produção são as uvas de mesa para exportação.

Também são produzidos as uvas européias para vinhos finos, como as Cabernet Sauvignon, Shiraz, Tempranillo, Sauvignon Blanc e Moscato. Os tipos da bebida variam do espumante aos vinhos orgânicos. Quem tiver interesse, pode conferir toda a linha pelo site da vinícola, que é www.vinhosbianchetti.com.br.

Passeio nas vinícolas

As instalações da vinícola Bianchetti ainda não estão estruturadas especificamente para visitações, mas sempre estão abertas aos curiosos do mundo da enologia. Os visitantes têm acesso à área de cultivo e do processamento dos vinhos, além de ter a oportunidade de degustar os variados tipos da bebida milenar.

Mas há uma idade mínima de 18 anos para participar da degustação, pela proibição de menores ingerirem bebidas alcoólicas. Izanete diz que recebem pessoas de todas as idades e além de saciar a curiosidade pela bebida, também é um passeio e tanto para as crianças conhecerem as parreiras de uva. E o melhor: a atração é gratuita, basta agendar por e-mail ou pelo telefone da vinícola Bianchetti.

Na vinícola Ouro Verde, a Miolo Wine Group investiu na formação de um espaço de atendimento aos visitantes e atende grupos de, no máximo, dez pessoas- de segunda a sábado, das 8h às 16h30. Os turistas podem conhecer a cave subterrânea, a sessão de engarrafamento, destilaria, sala de degustação e a loja, com todos os produtos Miolo.

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Sessão de engarrafamento dos vinhos Bianchetti

Passeio pela rota do vinho

A geografia do vinho foi refeita no sertão nordestino, onde formou-se a Rota do Vinho do Rio São Francisco. As condições ambientais auxiliam o sucesso do cultivo, já que são mais de três mil horas de sol por ano, que fazem com que as parreiras não hibernem, produzindo mais de duas safras por ano. Em torno de 15% dos vinhos produzidos por país são provenientes do Vale do Velho Chico.

A Rota do Vinho tem 34 mil quilômetros, segue por Petrolina, Lagoa Grande, Povoado dos Vermelhos e Santa Maria da Boa Vista. Cerca de três mil visitantes chegam todos os meses para conhecer a produção das vinícolas locais e aproveitarem também as ilhas, praias fluviais do São Francisco e podem saborear a típica gastronomia da região, com seus guisados, assados de bodes e carneiros.

As agências de viagens locais oferecem pacotes com transporte de ônibus, duas diárias no hotel, quatro refeições e guia para visitas às vinícolas e passeios pelo São Francisco. No roteiro, está incluso um city tour por Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia, visita a Embrapa para conhecer as pesquisas recentes no cultivo da vitivinicultura.

O Parque da Uva e do Vinho, em Lagoa Grande, na Bahia e as vitivinícolas Garziera e Carrancas estão no pacote. No dia seguinte, os turistas podem conferir a Barragem de Sobradinho e a Ilha do Rodeadouro. Para o último dia de passeio, ficaram reservados as visitas à Fazenda Ouro Verde, ao Balneário das Pedrinhas e restaurantes e bares da região.

Serviço:

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Telefone: (81) 3422-0011 e (11) 3075-8205
Site: www.melhorviagem.com