Você provavelmente nunca ouviu falar em Kefalonia, mas talvez já tenha visto imagens deste lugar paradisíaco, pois foi o local escolhido para ser o cenário do filme Capitão Corelli, com Nicolas Cage e Penélope Cruz, que se passa na Segunda Guerra Mundial.
Há três anos, eu conheci Corfu, que também é uma ilha jônica. Só para você se situar: as ilhas jônicas são aquele arquipélago que fica entre a Grécia e a Itália. E foi paixão à primeira vista. Não foi à toa que Onassis escolheu uma entre estas ilhas para ser sua propriedade. A ilha de Skorpio é aqui. Amei a simplicidade, a beleza e, principalmente, por ser uma ilha mais verde, florida e quase sem turistas. Decidi que iria conhecer cada uma delas, e voltei neste ano. Agora, para conhecer Kefalonia.
As ilhas jônicas são menos exploradas turisticamente e, se você gosta de grandes restaurantes e resorts luxuosos, então é melhor rumar para o grupo de ilhas do mar Egeu, como Santorini, Mikonos, Ios, etc.
Kefalonia é a maior das ilhas jônicas e a mais agreste. Para mim é o verdadeiro paraíso: fica a menos de uma hora de voo de Atenas, tem praias cinematográficas com pouca gente e com boa estrutura. As mais bonitas têm sempre algum barzinho ou restaurante, cadeiras e guarda-sol para alugar. Ou seja, alegria garantida, porque sempre vai ter um polvo grelhado, um vinho ou uma Mythos (cerveja) gelada.
Fiz umas pesquisas valiosas na internet antes de reservar meu hotel e acabei encontrando um muito bom e bem localizado. Fica perto de Sami (onde filmaram Capitão Corelli), que está mais ao norte da ilha, onde estão as praias e os portinhos mais legais.
O hotel é o Ionian Emerald Resort, em Karavonmylos, um ponto bem estratégico para ir a todos os lugares. A praia mais linda e famosa de Kefalonia é a Mirtos Beach. Há minicapelinhas por todas as ilhas, que são miniaturas das igrejas ortodoxas gregas. Algumas marcam lugar de acidentes, outras são pura devoção religiosa.
Então, devagarinho, a gente tem a vista do alto da praia de Mirtos. E é muito pequena a quantidade de gente na praia, apontada pelo Lonely Planet como uma das dez mais bonitas da Europa. Além da beleza de tirar o fôlego, foi isso que me encantou em Kefalonia: esta sensação de "privacidade" de entrar em um túnel do tempo, onde nem todos os lugares são lotados de turistas, onde se chega a um restaurantezinho na beira de um penhasco com apenas uma parreira de cobertura, é atendido por uma família e que eles te servem o peixe pescado no dia.
Saindo de Mirtos em direção ao norte, a gente passa por vários lugarejos. Em uma estradinha que vai sempre costeando o mar, fomos até Fiscardo, um portinho lindo de onde sai o ferryboat que vai a Ithaca, a famosa ilha do lendário Ulisses, protagonista do clássico de Homero, a Odisseia, e também a outra joia das ilhas jônicas, Lefkada. E tem mais: aguardem a continuação dessa aventura.
Leia as colunas anteriores de Mylene Rizzo:
Verão em Atenas
Gorges du Verdon
Buenos Aires de contrastes
Quem é a colunista: Mylene Friedrich Rizzo.
O que faz: Fala sobre história no curso "Encontros com Arte" e acompanha grupos de viagens culturais.
Pecado Gastronômico: doce de ovos.
Melhor lugar do mundo: é o próximo para onde vou viajar.
Fale com ela: mrizzo@terra.com.br ou acesse seu blog Viajando com Arte.
Atualizado em 6 Set 2011.