Fotos: Gabriel Oliveira |
Dólar baixo e economia aquecida, termômetro ideal para o aumento da frota automobilística. Para se ter uma idéia, no Brasil, a metrópole campeã em número de carros é São Paulo, que há pouco bateu um recorde de 800 automóveis novos nas ruas por dia. São 6 milhões de carros brigando por espaço nos 15 000 quilômetros de vias asfaltadas da capital. Com isso, as vagas dos estacionamentos tornam-se cada vez mais cobiçadas e seus preços, exorbitantes.
E foi com esse interesse que o Guia da Semana pesquisou as capitais brasileiras (incluindo a cidade de Campinas) para descobrir quanto custa deixar o seu carro fora de casa. O resultado foi uma surpreendente diferença de mais de 850% no valor cobrado em uma hora durante o dia e a certeza de que os proprietários dos estacionamentos lucram mais com as faltas de opção, espaço e tempo de procura do consumidor.
A pesquisa foi realizada em estabelecimentos de diferentes áreas, seja em bairros residenciais ou comerciais, longe ou próximos de pontos turísticos. O estudo abriga três regiões do país: Nordeste (Fortaleza, Recife, Salvador); Sudeste (São Paulo, Campinas, Minas Gerais e Rio de Janeiro); Sul (Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba) e a cidade de Brasília.
Sem contar eventos excepcionais, como shows, espetáculos, estádios e baladas, em que você é pego sem opções e obrigado a desembolsar um valor fixo para deixar o seu carro com segurança (alguns ultrapassando R$ 40,00), o local onde o estacionamento custa mais é na Rua Oscar Freire, próximo ao número 1000, em São Paulo. Por 60 minutos você desembolsa R$ 13,00. Para ter uma idéia do que isso representa, esse valor é quase nove vezes o preço no Estacionamento Guanabara, na cidade de Fortaleza. Com ele, você pode pagar a diária duas vezes e ainda fica próximo às belas praias cearenses.
São Paulo é a cidade onde a diferença acentua-se mais. As regiões próximas as grandes áreas comerciais ou de espetáculos, como centro velho, Perdizes, Pinheiros e Cerqueira César, têm uma intensa procura por vagas, inflacionando os valores em até oito vezes em relação a outras áreas residenciais. Bairros mais periféricos costumam cobrar menos, causando uma diferença entre as duas regiões de até 430%. Como exemplo, um estacionamento na Avenida Paulista, esquina com a Pamplona, custa R$ 10,00; enquanto isso, outro na Rua Coimbra, no bairro Bresser, cobra apenas R$ 3,00.
Veja quanto se paga para estacionar por 1 hora nas cidades |
Parando nas ruas
Algumas pessoas fogem dos altos preços e preferem deixar seus carros nas ruas. É preciso primeiro saber em que local deixá-lo, para não se sentir obrigado a pagar aos flanelinhas aquilo que gastaria em um local fechado e seguro. A maioria pede só uma contribuição, mas muitos ficam nervosos, xingam e ameaçam caso não tenham gorjeta. O valor pago para evitar pneus furados, lataria riscada ou o próprio roubo do auto, varia bastante, de alguns trocados a uma taxa que ele mesmo determina, oscilando entre R$1,00 e R$10,00.
A Zona Azul pode ser uma boa alternativa contra os estabelecimentos que guardam automóveis. Promovido pela prefeitura de algumas cidades, a proposta é estimular o revezamento de carros, seja em bairros de fluxo intenso ou por motivos turísticos. Com cartão ou tíquete, a pessoa tem o direito de ficar por algumas horas parada em lugares previamente sinalizados. Em Porto Alegre, por exemplo, a folha custa R$ 1,00, já em São Paulo o valor é 80% maior, de R$1,80.
Integração para o Metrô |
? O Metrô de São Paulo testa um projeto em que cria bolsões de estacionamentos para os usuários de carros. Assim, o passageiro que parar o automóvel próximo à estação (situado em zonas periféricas) tem o direito a passagem de ida e volta, reduzindo assim o congestionamento nas vias principais e tornando mais acessível para o motorista que tem que se preocupar em arranjar um lugar para deixar o veículo. A previsão é que o projeto comece a funcionar no final de 2008. |
Atualizado em 6 Set 2011.