Guia da Semana


Público do verão adentra a água do espelho em frente ao Louvre

Centros globalizados de difusão do conhecimento, com salas repletas de obras - de objetos pré-históricos e maquetes 3D - fazem dos museus verdadeiros parques de diversões do século 21. O público sabe disso e bate ponto cada vez mais nessas instituições, com visitações que chegam a oito milhões e meio ao ano - algo como se todo a população do Ceará tivesse passado pelos franceses corredores atrás da Monalisa no Louvre.

Os dados são da 17ª pesquisa do jornal Art Newspaper, divulgados em abril. A pesquisa mundial foi feita com cerca de 100 instituições de cultura e arte que encaminharam dados sobre público em exposições permanentes e temporárias ao longo de 2010. Seculares e tradicionais instituições como o Louvre e o British Museum ocupam os primeiros lugares do ranking, e a novidade deste ano é a entrada do Museu Nacional da Coreia em nono lugar, evidenciando o crescimento dos países emergentes, como também o Brasil ( veja aqui o resultado verde-amarelo).

Independentemente do país de origem, essas instituições souberam adaptar linguagens e investir num diversificado leque de opções culturais, com filmes, peças teatrais, happenings, debates e setores educativos, atingindo assim novos públicos. "Essas instituições apostam em aspectos interativos e no uso de tecnologia, que possibilitam outras experiências com o espaço do museu", ressalta Mayra Resende, responsável pela Coordenação de Produção e Análise das informações do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Bibliotecas, livrarias, restaurantes, cafés, lojas, jardins e pontos turísticos reformados completam os itens que fazem dessas instituições verdadeiros blockbusters da cultura. Confira o TOP 10.

Museé du Louvre
Oito milhões de pessoas visitam o ano todo ano, o que corresponde a população de cidades, estados e até países. Mas o Louvre não é o maior museu domundo apenas pelo público que chega a ficar duas horas em fila apenas para ver La Gioconda ou a Vênus de Milo. A instituição é filha direta da Revolução Francesa, que decidiu abrir o Palácio Real e os Jardins das Tulherias ao povo e apresentar-lhe a grandiosa coleção de arte da Coroa, que cresceu exponencialmente no período napoleônico. Aos 218 anos, o Louvre conta com mais de 35 mil peças, englobando todos os períodos e estilos da história daArte até o século 19, com as maiores coleções dos impérios egípcio, grego, romano em 60 mil m². As exposições temporárias comumente ficam no Hall de Napoleão (embaixo da Pirâmide de Vidro), e trazem de novos artistas, como Michal Rovner e Mimmo Jodice (abertas até agosto), a recortes temáticos do acervo, como uma galeria só de iluminuras medievais e renascentistas (até outubro).

Endereço: Pont du Carrousel, 75001, Paris (entrada principal)
Telefone: (01) 4020 50 50
Horários: De sábado a segunda-feira, quarta e quinta-feira, de 10h30 às 17h30; sexta-feira,de 10h30 às 20h45 (fecha à terça-feira)
Preço: De 10 Euros a 14 Euros (com direito às exposições no Hall de Napoleão e ao Museu Eugene Delacroix



Entrada da instituição britânica

British Museum
As colunas evocativas do período helênico em plena região londrina de Holborn mostram a imponência do British Museum, que concorre diretamente com o Louvre no quesito antiguidades. Coleções egípcias, africanas, australianas advindas do auge do império vitoriano, se somam às peças adquiridas na 2ª Guerra Mundial, além de pinturas e esculturas de grandes artistas, como Dürer, Michelangelo, Raphael, Rembrandt e Goya. O último incremento foi a abertura da Great Court, em 2000, redesenhando os percursos museográficos nos três andares da instituição. Recortes no acervo, como Treasures of Heaven: saints, relics and devotion in medieval Europe e Shakespeare's theatre of the world são algumas das exposições temporárias abertas até o final do ano.

Endereço: Great Russell Street, Londres
Telefone: +44 (0)20 7323 8299
Horários: De segunda-feira a domingo, de 10h às 17h30; sexta-feira até às 20h30
Preço: Ingresso gratuito, com exceção para as exposições especiais, com valor variável

Metropolitan Museum of Art
A cultura do imposto de renda de milionários norte-americanos fez a fama do museu mais importante da cidade de Nova Iorque, também conhecido como Met. Instalado junto ao Central Park na época do redesenho da ilha de Manhattan, em 1870, a instituição conta com mais de dois milhões das mais variadas peças, de artigos pré-históricos a croquis e vestidos. A diversidade é uma das marcas do Met, que aproveita da sua famosa escadaria até o telhado como espaço expositivo. O imponente acervo é constantemente reapresentado em galerias especiais, assim como as exposições temáticas que chamam o público. Alexander McQueen: Savage Beauty, Pastel Portraits: Images of 18th-Century Europe e Richard Serra Drawing: A Retrospective são os destaques do verão na Big Apple, e ficam em cartaz até o final de agosto. Os Cloisters, dedicado à arte e arquitetura medieval, instalado no Bronx, também faz parte da instituição.

Endereço: Fifth Avenue, 1000 (esquina com 82nd Street), Manhattan, Nova Iorque
Telefone: 212-535-7710
Horários: De terça a quinta e domingo, de 9h30 às 17h30; sexta-feira e sábado, de 9h30 às 21h
Preço: US$ 25 adultos; US$ 17, idosos acima de 65 anos, ingresso gratuito para crianças até 12 anos. O ingresso dá direito ao acesso também ao The Cloisters somente no mesmo dia.

Tate Modern
Instalada numa antiga estação elétrica, a Tate Modern é a mais descolada e visitada unidade dessa instituição, com quatro museus espalhados pelas Inglaterra. Uma média de cinco milhões de visitantes ao ano exploram o espaço, que conta três andares com obras representativas das artes modernas e contemporâneas, com destaque para o fauvismo de Picasso e Matisse, e o surrealismo de Salvador Dalí, Magritte e Miró, este com uma mostra temporária especial até 11 de setembro. Uma barca liga o prédio ao Tate Britain pelo rio Tâmisa.

Endereço: Bankside, Londres, SE1 9TG
Telefone: +44 (0)20 77537 2821
Horários: De quinta-feira a domingo, de 10h às 18h; sexta-feira e sábado, de 10h às 22h
Preço: Ingresso gratuito, com exceção para as exposições especiais, com valor variável

National Gallery
Telas de Leonardo Da Vinci a Van Gohg, além de Velazquez, Van Eyck e de Turner, constituem o acervo de 2.300 telas dessa instituição, aberta no Trafalgar Square, no centro de Londres, em 1838. Conta ainda com programação musical semanal, além de sessões de cinema e debates.

Endereço: Trafalgar Square, Londres, WC2N 5DN
Telefone: +44 (0)20 7747 2885
Horários: De quinta-feira a domingo, de 10h às 18h; sexta-feira, de 10h às 21h
Preço: Ingresso gratuito, com exceção para as exposições especiais, com valor variável


Atividades culturais ao jardim fazem parte das atração da National Gallery, na capital norte-americana

National Gallery of Art
Na capital americana, a National Gallery reúne a maior coleção de arte europeia fora do continente, com gabinetes voltados para as produções italianas, francesas e alemãs dos séculos 16 a 19. Dividido em dois blocos, traz ainda coleções particulares com grandes artistas nacionais que incluem design, artes decorativas, grafite, arquitetura, entre outros. As exposições temporárias também têm espaço privilegiado, com a mostra sobre o modernismo gráfico da escola Bauhaus, a partir da segunda quinzena de julho.

Endereço: Constitution Avenue, entre a 3rd e 7th Street- Washington
Telefone: (202) 737-4215
Horários: De segunda-feira a sábado, de 10h às 17h; domingo, de 11h às 18h
Preço: Ingresso gratuito

Museum of Modern Art
Mais conhecido por sua sigla, o MoMA se destaca por reunir um dos conjuntos mais expressivos do mundo das artes numa única instituição. O quarto andar é dedicado à arte norte-americana, com obras de Andy Warhol, Jackson Pollock, Jaspers Johns, enquanto o quinto traz grandes nomes europeus, como Cezanne, Dalí, Frida Kahlo, Van Gogh. Os demais espaços trazem salas por expressões artísticas, como fotografia, gravura e pintura, além das galerias, com mais de 10 exposições temporárias durante o verão, período em que mantém suas portas abertas até mais tarde. Conta ainda com um jardim de esculturas.

Endereço: 11, West 53 Street, Nova Iorque
Telefone: (212) 708-9400
Horários: De sábado a segunda-feira, quarta e quinta-feira, de 10h30 às 17h30; sexta-feira, de 10h30 às 20h45 (fecha à terça-feira)
Preço: US$ 20 adultos; US$ 16, idosos acima de 65 anos,ingresso gratuito para crianças até 16 anos.

Centre Georges Pompidou
Todos os grandes nomes da arte do século 20 têm lugar garantido nas salas de Centre Georges Pompidou, com mais de 60 mil obras espalhadas em dois grandes pavimentos, num total de 14 mil m². O instituto coloca no mesmo patamar obras de modernistas como Picasso e Matisse, contemporâneos como Louise Bourgeois e Francis Bacon, e peças de design e de arquitetura, com obras dos brasileiros Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha. As exposições temporárias são uma das marcas da instituição, que até setembro mostra a exposição Imagens da Índia: Paris- Delhi-Bombay, com peças representativas da arte daquele país e uma mostra de filmes de Bollywood.

Endereço: Rue Beaubourg, 75191, Paris
Telefone: +33 (0)1 44 78 16 73Horários: De quarta à segunda-feira, de 11h às 21h (fecha à terça-feira)
Preço: De 10 a 14 Euros

National Museum of Korea
Instalado próximo a estação Yongsan, em Seul, a instituição preserva mais de quatro mil anos de história coreana e asiática das artes em 15 mil peças. Para uma coleção desse tamanho, são seis andares expositivos, fora os jardins ao lado do rio Yan. Entre as obras, esculturas e pinturas budistas, painéis caligráficos, artefatos pré-históricos, arte em porcelana e peças tecnológicas. Há também galeria especial, que estará até agosto com peças britânicas dos séculos 17 a 19 do Victoria e Albert Museum.

Endereço: Yongsan-dong 6 - 168-6, Yongsan-gu, Seul
Telefone: +82-2-2077-904
Horários: Terça, quinta e sexta-feira, de 9h às 18h; quarta-feira e sábado, de 9h às 21h, e domingo e feriados, 9h às 19h
Preço: Ingresso gratuito para as salas centrais e área infantil (acesso pago à galeria especial)

Museé d'Orsay
Ao lado do Rio Sena e em frente aos jardins da Tulherias, a Gare D'Orsay, uma bela estação ferroviária do século 19, foi transformada um museu em 1978. Lá, abriga as principais obras do movimento impressionista francês, com telas de Manet, Renoir, Monet, Degas, Gauguin, fotografias de Le Gray e Nadar, entre outras obras francesas de 1848 a 1914. O Centro Cultural conta ainda com cinema, auditório e lojas. A partir de 13 de setembro, o principal destaque será a exposição temporária Beauté, morale et volupté dans l'Angleterre d'Oscar Wilde, com quadros do realismo inglês do século 19.

Endereço: Rue de Lille, 62 - 75343, Paris
Telefone: +3 (0)1 40 49 48 14
Horários: De terça a quinta-feira, sábado e domingo, de 9h30 às 18h; à sexta-feira, de 9h30 às 21h45 (fecha na segunda-feira)
Preço: 8 Euros

Atualizado em 25 Set 2012.