Guia da Semana

Foto: Getty Images

No coração do Arizona, deserto, rocha e rio se encontram no Grand Canyon

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. O ditado popular explica com sabedoria como se formam cânions, falésias e gargantas. Cada camada de seus paredões - que podem chegar até 12 mil metros de altura - mostra um pouquinho da história da terra, lembrando quão belamente brutal é a natureza da rocha.

A cada movimento do planeta, os cânions foram e continuam se formando, esculpidos pelas águas e pelo tempo. A força de rios, cachoeiras e lagos é a principal responsável pela formação geológica, junto com a erosão causada pelos ventos, canalizados pelo leito. Alterações nas placas tectônicas também facilitam o aprofundamento dos níveis hidrográficos, formando ao longo dos séculos paredões de dois a 12 mil metros de altura com até 40 metros de largura.

O rio desenha a garganta seguindo seu curso, mas nem sempre suas águas permanecem - muitos são engolidos pela vegetação ou erosão. Quando é formado pela força das marés, desbastando o paredão à frente do mar, o acidente chama-se falésia.

Além de mostrarem a força da natureza, os cânions possuem seu charme, seja no árido deserto do Arizona, nos Estados Unidos, na Provence francesa. Quem quiser ficar em território nacional pode ver essa beleza de perto nos parques nacionais do sul do Brasil, que ganham ainda mais beleza no inverno. Confira abaixo três destinos.

Parque Nacional dos Aparados da Serra e Serra Geral

Foto: CPRM

Do alto dos cânions de Aparados da Serra

Entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a natureza da rocha também fez seu espetáculo aqui no Brasil. Os parques nacionais de São Joaquim, dos Aparados da Serra e Geral da Serra juntos têm mais de 60 mil hectares, sendo seu conjunto a quarta reserva nacional brasileira mais visitada.

Com temperaturas que chegam a - 7° C, o Parque Nacional de São Joaquim está situado ao norte, numa das das bordas da grande extensão dos canions. Lá estão instalados os municípios de São Joaquim, Urubici e Orleans, que atraem turistas brasileiros para apreciar as paisagens cobertas com o manto branco das geadas e da fina neve. É nessa parte que está situado uma das mais altas elevações seguida da mais profunda garganta. O Morro da Igreja, localizado a 1.823 m abre-se para um abismo de mais mil metros.

Na outra borda, da região, está a entrada do Parque dos Aparados, que começa pela elevação do cânion Fortaleza, a 700 metros de altura, num crescente que chega até os quase mil metros do maior cânion brasileiro, o Itambezinho. Nelas estão instaladas as gaúchas Cambará do Sul e São Francisco de Paula. O vale dos canions se extende por uma infinidade de encostas, queda d'água, rios e matas, até chegar ao litoral. Foi no processo de erosão dos Aparados que formou a areia da orla das litorâneas Torres, no Rio Grande do Sul, e Praia Grande, em Santa Catarina.

Parque Nacional Aparados da Serra - SC
Dia de funcionamento: De quarta a domingo - Em feriados abre às segundas e terças-feiras, mas é aconselhável confirmar antes
Horário: 9h às 17h
Entrada: R$ 6 (crianças até sete anos e idosos acima de 70 anos estão isentos). Taxa de estacionamento: R$ 5, carro e R$ 3, moto e R$ 10, ônibus

Parque Nacional Serra Geral e Parque Nacional de São Joaquim- RS e SC
Funcionamento: Diário
Horário: 8h às 17h
Entrada: Gratuita - No entanto, não há estrutura como bar ou banheiros. Ou seja, vá preparado

Nos três parques, é proibido acampar

Acessos: De Porto Alegre (Aeroporto Internacional Salgado Filho) - Pegar BR-116 até Novo Hamburgo. Depois, RS-239 até Taquara e RS-020 até Cambará do Sul
Ou escolher BR-290, depois BR-101 até Torres e depois, acesso a SC-360, na entrada de Praia Grande

De Curitiba (Aeroporto Internacional Afonso Pena) - BR-101, sentido Rio Grande do Sul (Torres) até trecho com acesso a SC-360

Grand Canyon

Com nascente no lago Powell, o rio Colorado cruza um vale de 446 km, formando margens que chegam a 29 km de largura e até 1,6 km de profundidade, dimensões que justificam o título do principal cânion do território norte-americano.

Localizado no Estado do Arizona, o parque nacional do Grand Canyon recebe mais de cinco milhões de pessoas ao ano. Sua área é dividida em norte e sul. A parte superior, com maior grau de dificuldade para caminhadas e aventuras e terreno mais acidentado, fica fechada a partir de dezembro, assim permanecendo durante o alto inverno até metade do mês de maio. Já a parte sul, onde ficam a Ponte Mãe, o lago Mead e os paredões mais famosos, chamados de Skywalk, fica aberta o ano inteiro. Além da beleza, outro atrativo está nas marcas ancestrais de povos indígenas que essas terras habitaram.

Entrada: US$ 25 por veículo privado ou US$ 12 por pedestre ou ciclista
Acessos: Os aeroportos comerciais mais próximos são os de Las Vegas e Phoenix. Há também o aeroporto que fica dentro do parque, no distrito de Tusayan, operado pela Grand Canyon Airlines. Em todos eles, há serviço de aluguel de carro.

Gorges du Verdon

Foto: AFP

O rio Verdon cruza 25 Km, fiormando um belo espelho d'água na cidade de Vinon

A região da Provence, sul da França, possui muito mais atrativos do que apenas as ervas finas que temperam comidas e refrescam o odor do ambiente. É de lá que a garganta (gorges) do Verdon, um vale de 25 Km formado pelo rio Verdon e seus lagos, encantam os viajantes que são surpreendidos com a beleza dessa criação da natureza.

Também conhecida como Grand Canyon du Verdon, a garganta também é protegida por ser um parque nacional, ficando na divisa do departamento de Var, atravessando 43 cidades. É em Aiguines o ponto para melhor observação da garganta, onde ela constituiu paredões de até 700 metros de altura, e abre para o lac de Sainte Croix, o maior dos cinco lagos, constituindo uma atração a parte.

Não faltam opções para os amantes dos esportes radicais, como descidas de caiaques, raftings em botes reforçados. E quem preferir apenas apreciar a paisagem não pode perder o espelho d'água artificial ao final do leito, na cidade de Vinon.

Entrada Gratuita
Acessos: Os aeroportos mais próximos são os internacionais Marselha e Nice, além de outras duas opções. Com o TGV, conexão de Paris (Gare de Lyon) até Marselha em três horas.

Atualizado em 6 Set 2011.