O edifício A Noite, primeiro arranha-céu do Brasil, em estilo Art-Déco, foi tombado nesta quarta-feira, 03 de abril, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Localizado na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, a construção é de 1929 e foi a maior construção em concreto armado da época na América Latina. Com 22 andares, teve o projeto estrutural assinado por Emílio Bamgart e o arquitetônico por Elisário da Cunha Bahiana e Joseph Gire, este último também responsável por outras construções históricas como o Copacabana Palace e o Hotel Glória. Em meados de 2012, foi desocupado para obras e, até então, foi a sede de um dos mais importantes veículos de comunicação do país: a Rádio Nacional.
O A Noite, que já foi o principal mirante da cidade, pertence à União e é cedido ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que ocupa 18 dos 22 andares. As obras pretendem acompanhar a transformação pela qual passa a região da Zona Portuária do Rio de Janeiro, que ganhou recentemente o Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, e receberá, ainda, o Museu do Amanhã, no Pier Mauá. Com o tombamento, deve-se buscar os investimentos necessários para a modernização do prédio que, além da restauração arquitetônica, deverá receber, também, outras soluções como sustentabilidade ambiental, instalações elétricas e cabeamento de telefonia.
Construído para ser sede do jornal A Noite, foi com a Rádio Nacional que ele ficou conhecido e também viveu sua época de ouro. Em seu auditório, estiveram as vozes de intérpretes como Dolores Duran, Cauby Peixoto, Dorival Caymmi, Dalva de Oliveira, Marlene, Emilinha, Carmélia Alves, Orlando Silva, Francisco Alves, Carlos Galhardo, Silvio Caldas entre tantos outros. A Nacional fez história também com O primo rico e o primo pobre, de Paulo Gracindo e Brandão Filho; emocionou com radionovelas como Em busca da felicidade, ou O direito de nascer; e seriados como Jerônimo, o herói do sertão.
Por Marco Sá
Atualizado em 6 Abr 2013.