De longe, ele é mais do que visível: o prédio acaba sendo até referência espacial para quem tem pouca familiaridade com a cidade. E, uma vez lá em cima, não faltam adjetivos para descrever a sensação de estar no topo. O vento é forte - prender os cabelos é uma recomendação importante - e ver a Catedral da Sé, o Vale do Anhangabaú, o viaduto Santa Ifigênia e outros pontos mais distantes, já que o alcance da visão de lá chega a 40 km, não tem preço mesmo. É tudo lindo e uma bela inversão de ângulo.

Afinal, no chão, somos mais um na imensa multidão que anda e corre todos os dias pelas ruas de São Paulo. Os prédios grandes nos suplantam e nos cobrem com a sua sombra. Dependendo da região em que você está, a visão que temos do céu é recortada pelos topos dos edifícios. Mas tudo isso muda quando você está a 161 m de altura. O céu é seu teto, com todas as suas cores, nuances e nuvens. Do alto, você é um observador atento ao movimento das mesmas pessoas que estão lá embaixo. Dá para ver roupas secando nos varais internos das casas, coberturas de alguns edifícios, os carros, diminutos, disputando espaço entre eles - e você lá em cima, com todo o espaço do mundo.

O prédio Altino Arantes faz parte da história recente de São Paulo. É a segunda construção mais alta da cidade - só perde para o Mirante do Vale, no Vale do Anhangabaú, com seus imponentes 170 metros de altura. Ele começou a ser erguido em 1939, e era a resposta do Estado ao crescimento do então Banespa na época. As suas linhas são uma homenagem ao Empire State Building, o emblemático prédio de Nova Iorque.

O prédio também guarda um museu no 35º andar, com tudo o que um banco utilizava na época. Fotos da construção e a ata da fundação do edifício também estão lá, tudo para preparar o visitante para o que se segue. A visitação é aberta ao público de segunda à sexta-feira, das 10h às 17h. Só abre aos fins de semana em janeiro, mês do aniversário da cidade. Em dias de chuva o acesso é fechado. E a permanência lá em cima é de 15 minutos, tempo suficiente para se deleitar com a vista e a visão de uma São Paulo que fica pequenininha.

Leia as colunas anteriores de Vanessa Zampronho:

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Balada gay

Andar de bicicleta

Quem é a colunista: Jornalista por profissão, otimista por convicção e curiosa por...curiosidade mesmo.

O que faz: Jornalista e ex-teacher de inglês.

Pecado gastronômico: Comida japonesa é sempre bem vinda.

Melhor lugar do Brasil: Qualquer lugar onde eu me sinta bem!

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