Público na Praça da Sé Foto: Alexandre Diniz / Virada Cultural |
Logo no domingo de manhã toca o telefone. É minha avó perguntando se "os netinhos estavam bem".
- Sim! - Respondeu minha mãe - Porquê?
Bastou a pergunta para vir o sermão!
- Como é que eles tem coragem de ir em uma loucura dessas, no "meio" da cidade de madrugada, um perigo! Que horas eles voltaram?
E as perguntas continuaram...
Como eu tinha acabado de acordar (10h), nem sabia do que elas estavam discutindo, até que apareceu no jornal a violência que aconteceu na Sé na madrugada de domingo. Achei um absurdo, afinal, fiquei lá até quase 1h da manhã e estava tudo super tranqüilo.
Eu e minha irmã esperamos a reportagem do ataque terminar para ver se passavam o que teve de bom nos outros lugares. O jornal acabou e NADA! Nenhum comentário sobre o Alceu Valença, nada sobre o guitarrista-ícone Sérgio Dias, as peças teatrais parece que nem existiram, nada sobre a multidão no show do Teatro Mágico e muito menos sobre os grupos de cultura raiz. A impressão é que o evento simplesmente se resumiu naquilo, um bando de gente correndo, gritando, policiais atirando balas de borracha, uns caras malucos em cima das bancas de jornal e o Mano Brown gritando "a festa acabou, a festa acabou"!
Lotação no Theatro Municipal Foto: Divulgação |
Enfim, o que era para ser consagrado como um grande evento acabou ficando marcado pela falta de consideração e humanismo de algumas pessoas que não tem respeito à arte, sem falar na mídia que só se importa divulgar o que dá ibope. Uma pena.
Só espero que esse episódio isolado não afete as próximas Viradas e que o povo continue acreditando na arte e todas suas vertentes.
Quem é o colunista: Léo Gobatto, baterista e recreador nas horas vagas.
O que faz:estudante de comunicação.
Pecado gastronômico: qualquer coisa com muito queijo!
Melhor lugar do Brasil: Floripa.
Fale com ele: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.