O ectrópio ou a ectopia são popularmente conhecidos como feridinha no colo do útero, apesar de não ser exatamente isso que acontece.
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O problema é, na verdade, um processo inflamatório que pode ocorrer na adolescência, durante o uso de anticoncepcionais, na gravidez, no período pós-parto ou, ainda, como conseqüência de transtornos ginecológicos não tratados.
De acordo com a ginecologista Elisabete Dobao, ele pode vir silencioso, sem qualquer sintoma. Da mesma forma, pode dar sinais em algumas mulheres, como aumento da secreção vaginal, leve sangramento durante a relação sexual ou dor no baixo ventre. "É importante ressaltar que a visita ao ginecologista com freqüência (com os exames em dia) e a prática do sexo seguro poderá evitar que a mulher se surpreenda com esta notícia", ressalta.
Segundo a especialista, a cauterização é um procedimento cada vez mais em desuso, mesmo porque existem várias formas de tratamento. Caso o ectrópio seja resultado de uma condição patológica, será tratado de acordo com a causa do problema, que pode estar entre inúmeras possibilidades. No caso do uso do anticoncepcional, por exemplo, não é preciso tratamento e sim verificar uma outra possibilidade de pílula ou mesmo outra alternativa de preservativo.
Atenção
Caso seu médico indique a cauterização, certifique-se de que, antes do procedimento, houve a realização de um citologia cervical (papanicolau) e uma colposcopia (exame que permite visualizar a vagina e o colo do útero) feita por um profissional experiente no método.
Pergunte com clareza qual procedimento será realizado e o motivo - não se envergonhe disso - um bom médico está sempre disposto a esclarecer as dúvidas para tranqüilidade da paciente.
Se ainda persistirem dúvidas, peça a opinião de um especialista em patologia cervical.
Como funciona a cauterização?
A cauterização feminina é utilizada apenas em casos graves de ectrópio, mácula rubra ou HPV.
»Glossário
- Ectrópio: "falsa ferida". Pequeno deslocamento da mucosa para fora.
- Mála rubra: "ferida verdadeira". O tecido sai completamente do lugar.
"O objetivo da cauterização é destruir as células doentes para atrair as células de defesa e fazer a regeneração", explica a ginecologista Salete Rios, especialista em patologia cervical uterina.
Ela conta que o tratamento é realizado apenas em situações crônicas, com seguidos corrimentos. Em problemas menores, são aplicados cremes, existe o acompanhamento médico e pode-se até suspender o uso da pílula durante seis meses, caso ela seja a responsável. De acordo com Salete, estudos comprovam que o estrógeno contido no anticoncepcional contribui para o deslocamento do tecido.
Para realizar a cauterização, a paciente não pode estar grávida ou possuir qualquer infecção, que deverá ser tratada antes. "O ideal é que se faça o procedimento logo em seguida da menstruação. Após cauterizar, a mulher deve esperar cerca de três semanas para ter novas relações sexuais, evitando contaminações", ressalta Salete.
De acordo com a ginecologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Alessandra de Freitas Ventura, existem tipos diferentes de cauterização, podendo ser realizadas no colo uterino, vagina, vulva e períneo. O procedimento escolhido depende do tipo de lesão, extensão e localização da mesma.
Em geral, no colo uterino não se aplica anestesia, mas nos outros locais existem situações em que a anestesia local é necessária. "Em casos de lesões múltiplas e extensas, pode ser realizada uma cauterização com bloqueio regional (geralmente raquianestesia) ou anestesia geral para melhor abordagem terapêuica. Nas cauterizações sem anestesia, pode-se sentir uma cólica de pequena intensidade (cauterização do colo) ou um discreto ardor; suportáveis e aceitáveis" completa.
Após o tratamento, é preciso que a paciente observe se há febre ou corrimento, além de utilizar cremes para auxiliar a cicatrização.
Atualizado em 30 Jun 2014.