Guia da Semana

A partir do dia 25 de janeiro, o Centro Cultural Banco do Brasil recebe a mostra Mondrian e o Movimento de Stijl, um panorama que apresenta cerca de 60 obras entre pinturas, desenhos de arquitetura, mobiliário e fotografias de artistas do movimento da vanguarda moderna holandesa. Conhecido como De Stijl (“O Estilo” em tradução literal), foi fundado em 1917 e tem como ícone o pintor Piet Mondrian.

Assim, para que você saiba mais a respeito, o Guia da Semana lista curiosidades sobre o movimento e também sobre o pintor. Confira:

PIET MONDRIAN

Mondrian foi um pintor modernista holandês e fundador do conhecido movimento neoplasticismo - movimento de vanguarda que defendia uma total limpeza espacial para a pintura, reduzindo-a a seus elementos mais puros e buscando suas características mais próprias.

INFLUÊNCIA RELIGIOSA

Os pais de Mondrian eram extremamente religiosos e queriam que ele seguisse a carreira clerical e para conseguir convencê-los, precisou dizer que estudaria arte para tornar-se professor e dar aulas.

Anos depois, viu-se insatisfeito com o magistério, mas, ao mesmo tempo, não queria desapontar o pai. Passou, então, a estudar teosofia e lá encontrou em seu ideário uma resolução para o problema: a doutrina pregava o trilhar de um caminho evolutivo pessoal e a arte encaixava-se nele.

INICIAÇÃO COMO PINTOR

O início de seu trabalho foi marcado pelo naturalismo e também pelo impressionismo, criando principalmente paisagens. Algum tempo depois, passou a experimentar mais uso de luz, cores e formas e, em seguida, já mais envolvido com a teosofia, teve um intenso período simbolista, que foi fundamental para que chegasse ao seu abstracionismo.

PARIS E NOVA YORK

Piet passou um tempo em Paris, onde identificou-se com artistas abstratos e cubistas, como Picasso e Braque. Mais tarde, devido a Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se em Nova York, onde encontrou inspiração no Jazz (manifestação pela qual ficou extremamente obcecado devido a identificação de sua alegria contagiante com o ritmo irregular) e na Arte Moderna.

NEOPLASTICISMO

O neoplasticismo foi considerado o movimento mais puro dos movimentos abstratos. Na época, os artistas acreditavam que pintores, escultores e arquitetos deveriam trabalhar juntos para construir um novo mundo, onde as pessoas pudessem viver em equilíbrio com as leis do universo.

FASE NEOPLÁSTICA

Essa foi a fase mais popularmente difundida da vida do pintor. As regras eram rígidas: uso exclusivo das cores primárias em seu estado máximo de saturação - vermelho, azul, amarelo - e as não cores - branco e preto; aplicadas sem o uso de degrade; uso único de linhas retas e ortogonais (sempre pretas); e formas limitadas a quadrados e retângulos.

Os blocos de cor pintados de modo fosco e distribuídos assimetricamente reforçam a ideia de um movimento superficial que se estende perpetuamente, indicando que o pintor investia na percepção de sua obra como uma abstração materialista e sem profundidade, criticando a pintura histórica enquanto produzia uma abstração racionalista, espiritualista e, sobretudo, concreta do mundo.

DE STIJL

Inicialmente 'De Stijl' era uma publicação, feita por alguns artistas que iniciaram o movimento do neoplasticismo - Mondrian, Doesburg e alguns outros que, com o tempo, vieram a compor. Devido aos textos da revista, que muitas vezes assumiam um aspecto de manifesto, o próprio movimento era confundido com o nome.

OBRAS NOS DIAS ATUAIS

Suas obras, muitas vezes copiadas, ultrapassaram o tempo e seguem inspirando a arte, a moda, o design e a publicidade. Entretanto, muitos desses trabalhos não levam em conta sua fundamental recusa à imagem.

Por Nathália Tourais

Atualizado em 1 Fev 2016.