Foi-se o tempo em que a arte urbana (mais conhecida como grafite) batia de frente com os órgãos públicos e ambos viviam em pé de guerra, onde desenhos eram feitos, apagados, refeitos, apagados novamente... e assim sucessivamente.
Prova disso é o novo projeto da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Cultura, para a Avenida 23 de Maio. A ação reúne mais de 200 artistas com a intenção de fazer dos 15 mil metros quadrados de muro a maior galeria de arte a céu aberto da América Latina.
Para que isso fosse possível, o prefeito Fernando Haddad reuniu-se com o secretário Juca Ferrari (cultura) e um grupo de artistas que, juntos, ajudaram a escolher os grafiteiros que hoje estão na iniciativa. Entre eles, nomes como Binho Ribeiro, Ozi, Mauro Neri, Mundano, Nick Alive, Tikka Meszaros, Toddy, Bárbara Goy e Rui Amaral.
Além dos materiais para a produção, a Prefeitura auxilia na segurança dos envolvidos através da Guarda Civil Metropolitana, na limpeza dos muros, ampliação da iluminação e corte de grama com a coordenação das Subprefeituras e a Secretaria Municipal de Serviços.
O secretário afirma que esse tipo de iniciativa busca, além de trazer a arte para a rua, humanizar a cidade e democratizar o seu acesso. Além disso, ele defende que a função desse projeto é dialogar, colorir o cinzento da cidade e substituir os muros frios por muros artísticos.
Os mais de 70 muros da Avenida 23 de Maio, entre o Terminal Bandeira e a passarela Ciccilio Matarazzo em frente ao Museu de Arte Contemporânea (MAC), antigo Detran, ganham intervenções – ao todo são 5,8 quilômetros de novos grafites.
Além de uma demonstração de respeito pela arte, o Projeto da 23 de Maio também abre portas para futuras intervenções urbanas, o que é de extrema importância para o desenvolvimento e conhecimento da cultura do nosso país.
Por Nathália Tourais
Atualizado em 29 Jan 2015.