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O rock nacional não está morto, mas está em coma. Não quero desrespeitar as bandas que fazem sucesso hoje, que têm agendas lotadas com shows, compromissos publicitários etc. Gosto e gosto, cada um tem o seu, e temos que respeitar isso. Mas quando eu paro para escutar uma rádio, me pergunto: onde está o rock nacional? Não me refiro somente ao estilo musical, às guitarras distorcidas, aos gritos, mas sim à atitude do rock e ao seu caráter revolucionário. Onde foi parar a união disso tudo?
Era muito novo para acompanhar o surgimento do "Quarteto Sagrado" do rock nacional: Paralamas, Titãs, Barão Vermelho e Legião Urbana. As letras, que sempre tinham uma mensagem nas entrelinhas, a mistura de estilos musicais norte-americanos e a riqueza de ver tudo junto no palco, com milhares de pessoas cantando. Sim, o rock nacional enfrentava de igual para igual o que vinha de fora, e a música brasileira, independente do estilo, continuava em alta no mundo.
Vivemos em outro tempo, onde tudo está conectado a tudo, e ser vanguardista em algum movimento é realmente difícil. Falamos de tudo, mas acabamos não falando de absolutamente nada. Escutamos de tudo e perdemos a noção do que é cada coisa. Vemos muito, mas somos cegos para enxergar a realidade ou alguma coisa por trás do que está sendo dito. Porém, os problemas políticos continuam os mesmos (senão piores), a sociedade está discriminando cada vez mais algumas pessoas e o preconceito ainda existe. Será que temos medo de olhar para esses problemas e fazer alguma coisa a respeito? Ou pior: o que é fútil parece ser mais legal e acaba ocupando todos os holofotes? Enquanto isso, volto aos anos 80 para curtir um pouco a rebeldia daquela época.
Quem é o colunista: Fernando Segredo.
O que faz: Redator Publicitário.
Pecado gastronômico: Comida italiana ou japonesa.
Melhor lugar do Brasil: Os lugares que ainda não conheci.
O que está escutando em seu mp3, iPod ou no carro: Dave Matthews Band, João Gilberto, Vanessa da Mata
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Atualizado em 6 Set 2011.