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Engatar um espetáculo no Brasil não é das tarefas mais fáceis. O motivo é simples: falta de dinheiro. No entanto, espetáculos de grande, médio ou baixo custo aquecem as noites e os fins de semana de São Paulo. Apesar desta produção ser intensa e subsidiada cada vez com mais freqüência pelo governo e pelo setor privado, cada centavo no teatro é conseguido através de muito suor.
Em São Paulo, a classe artística conta com a Cooperativa Paulista de Teatro, empresa que organiza a profissão, os trabalhos e controla a produção teatral. Quase mil grupos estão cadastrados hoje na Cooperativa. Isso dá uma média de 3.829 pessoas conveniadas. Entre elas, atores, atrizes, iluminadores, sonoplastas, diretores e outros ligados profissionalmente à arte. De lá, saem produções diversas, das mais simples as mais elaboradas. O diretor da empresa, Roberto Rosa, explica que por semestre estréiam na cidade uma média de 40 peças. Para cada uma delas se gasta uma quantia. "O preço para fazer um espetáculo varia muito, de R$ 5 mil a R$ 600 mil."
Para captar esse dinheiro os artistas encontram algumas possibilidades: tirar do próprio bolso, ir atrás de patrocínio apresentando o projeto para marcas interessadas, se inscrever nas leis de incentivo à cultura (que hoje são duas, veja a seguir) ou participar dos editais públicos. E são os artistas quem determinam o valor do projeto.
Lei de Fomento Proposta pela classe artística paulistana e aprovada pela prefeita do Município de São Paulo em 2001, a lei de fomento hoje viabiliza 30 projetos por ano dentro da cidade de São Paulo e o valor destinado à cultura é reajustado com o tempo. De acordo com a Cooperativa de Teatro Paulista, hoje ela gira em torno de R$ 11 milhões. Entre seus principais artigos estão: Art. 1º - Fica instituído o "Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo", vinculado à Secretaria Municipal de Cultura, com o objetivo de apoiar a manutenção e criação de projetos de trabalho continuado de pesquisa e produção teatral visando o desenvolvimento do teatro e o melhor acesso da população ao mesmo. Parágrafo único - A pesquisa mencionada no "caput" deste artigo refere-se às práticas dramatúrgicas ou cênicas mas não se aplica à pesquisa teórica restrita à elaboração de ensaios, teses, monografias e semelhantes, com exceção daquela que se integra organicamente ao projeto artístico. Art. 4º - Para a realização do Programa serão selecionados no máximo 30 (trinta) projetos por ano de pessoas jurídicas, aqui denominadas proponentes, com sede no Município de São Paulo, respeitado o valor total de recursos estabelecido no orçamento. 1º - Os interessados devem se inscrever na Secretaria Municipal de Cultura, ou em local por ela indicado, nos meses de janeiro e junho de cada exercício. |
Lei Rouanet Em 2007, a Lei Rouanet disponibilizou mais de R$ 200 milhões para projetos culturais. A Lei Federal de Incentivo à Cultura foi aprovada em 1991 pelo Congresso Nacional. A proposta cultural passa por uma análise no Ministério da Cultura, e, se aprovada, o seu titular pode buscar recursos para a execução junto a pessoas físicas ou empresas tributadas com base no lucro real, que terão total ou parte do valor apoiado deduzido no Imposto de Renda (IR), dentro dos percentuais permitidos pela legislação. As pessoas ou empresas que apoiam projetos culturais com benefícios fiscais são chamadas incentivadoras. Informações sobre lei pelo fone Oxx61 -321 7994. |
Outra instituição que procura aumentar o investimento em teatro é a Apetesp- Associação dos Produtores dos Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo- representante da classe de produtores perante as diversas instancias de órgãos públicos e privados, com o intuito de criar e apoiar mecanismo para facilitar, baratear, estimular, simplificar a produção. O diretor Atílio Bari explica que o mais comum é encontrar produções medianas em relação ao custo, "A grande maioria consegue se levantar com uma verba não muito grande, vinte mil, trinta, até cem mil reais, obtida com algum patrocínio, apoios, verbas públicas, etc".
Há também a Broadway Paulistana, Atílio conta que esses espetáculos exigem uma verba maior: "Os grandes musicais contam com artistas registrados, que recebem salários altos, direitos, etc. São produções de um milhão, três milhões, seis milhões de reais ... Têm elencos numerosos (às vezes dezenas de atores e técnicos), ou estrelas de alto custo, há direitos a serem pagos, porcentagens para músicas e pagam aluguéis altíssimos em grandes salas de espetáculos."
Fontes:
? Roberto Rosa- Cooperativa Paulista de Teatro
? Atílio Bari- Apetesp- Associação dos Produtores dos Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo
? Cláudia Hamra- Diretora do Teatro Faap
? Ivam Cabral- fundador dos Grupo Satyros
? Ministério da Cultura
Atualizado em 10 Abr 2012.