Todos nós já passamos pela experiência de assistir a um filme que parecia muito bom, mas errou completamente a mão nos minutos finais e deixou aquele gosto amargo como lembrança. De fato, o final de um filme é capaz de transformar uma obra num sucesso ou num fracasso, por isso selecionamos 13 filmes que tinham tudo para ser um sucesso, mas decepcionaram no final:
Alerta: SPOILERS à frente!
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977)
Depois de um filme inteiro de discussões, risadas e desentendimentos entre um casal que, na tela, tinha uma química inegável, é frustrante encarar uma cena final em que os dois se reencontram num restaurante e conversam friamente sobre os caminhos separados que tomaram, agora vivendo em cidades diferentes e com pessoas diferentes.
Náufrago (2000)
Tom Hanks enfrentou de tudo para sobreviver numa ilha deserta: fome, solidão e até uma dor de dente. Mas nada poderia prepará-lo para a recepção nem um pouco calorosa que ele encontrou ao retornar para casa – sua namorada está casada e tem filhos de outro homem e sua família já se conformou com sua morte. Talvez fosse melhor ter ficado na ilha!
A Vila (2004)
M. Night Shyamalan poderia ser o campeão desta lista, com filmes carregados de expectativas que não entregaram tudo aquilo que prometiam. Quando pensamos num final totalmente inesperado, porém – e decepcionante para muita gente –, o primeiro nome que vem à mente é “A Vila”. O diretor constrói uma comunidade colonial cheia de medos, crenças e tradições opressoras para criar o suspense, e adiciona mortes misteriosas e uma criatura assustadora vivendo na floresta. Depois de passarmos o filme inteiro nos preocupando com os líderes e com o monstro, descobrimos que a Vila não passava de uma reserva natural, nos dias atuais, criada por um historiador maluco como uma solução para os problemas da sociedade moderna. Bela solução!
A Bússola de Ouro (2007)
A adaptação do romance de Philip Pullman tinha tudo para ser um hit: a fotografia era linda, os animais eram muito bem feitos e os personagens eram cativantes. O problema é que os produtores desistiram de continuar a franquia e o final do primeiro e único filme – um enorme clímax de ação– se tornou uma das maiores decepções cinematográficas de todos os tempos.
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008)
Ok, talvez a ideia de fazer um novo Indiana Jones quase 20 anos após o último filme não fosse assim tão boa, para começar. Mas a aventura funciona até certo ponto, com Harrison Ford fazendo grandes descobertas arqueológicas enquanto lida com o filho (Shia LaBeouf), que segue seus passos. Tudo vai bem até os minutos finais, quando a presença alienígena deixa de ser apenas uma herança milenar esculpida na caverna e se torna realidade – com direito a um disco voador se erguendo das rochas.
(500) Dias Com Ela (2009)
Tom (Joseph Gordon-Levitt) e Summer (Zooey Deschanel) formavam o casal mais fofo do cinema, até ela decidir terminar com ele. O filme, na verdade, começa depois do término e acompanha o “luto” do garoto apaixonado, relembrando os momentos juntos e tentando compreender o que deu errado. Até aí, tudo bem: romances acabam. O problema é que o roteirista não se contentou em terminar o filme mostrando o último encontro entre os dois, mas resolveu colocar um novo amor no caminho do protagonista. E ela se chama Autumn...
As Aventuras de Pi (2012)
Quem não se emocionou com a história do garoto que conseguiu sobreviver durante semanas ao lado de alguns animais e um tigre, a bordo de um bote salva-vidas? O filme de Ang Lee conquista o público pelo visual e pela poesia de sua narrativa, mas o final quebra todo o encanto. Anos depois de voltar à terra firme, Pi concede uma entrevista em que conta sua história e revela o significado por trás de cada um dos seus “colegas” de barco: pessoas reais que morreram no processo. Convenhamos, era bem melhor ter deixado essa parte para a imaginação do público, não?
Homem de Aço (2013)
O filme mais recente do Superman tenta trazer uma perspectiva nova para o herói: ao invés do guerreiro invencível, o longa se preocupou em construir a psicologia de um alienígena que não se reconhece nem como humano nem kryptoniano, e que precisa decidir seu papel no mundo. Infelizmente, os minutos finais se ocupam com uma sequência de luta longa demais, que ignora toda a complexidade do personagem e o transforma numa simples máquina de guerra, que destrói tudo por onde passa.
Amaldiçoado (2013)
Daniel Radcliffe protagoniza a adaptação do romance de Joe Hill, “Amaldiçoado”, interpretando um garoto apaixonado que acorda, numa manhã, para descobrir que sua namorada está morta e ele é o principal suspeito. Para piorar, um par de chifres começam a crescer em sua testa, exercendo um poder curioso sobre as pessoas. O filme é interessante e deixa o espectador preso até o final, mas, de uma hora para a outra, o suspense sutil se transforma em violência trash e o desfecho se revela uma decepção.
A Pele de Vênus (2013)
Roman Polanski faz uma adaptação bastante fiel da peça teatral homônima, mostrando o embate entre uma atriz e um diretor de teatro sobre um texto sadomasoquista. O filme desenvolve um diálogo rico e envolvente entre os dois e tem tudo para ser uma obra de arte, até que... Numa cena final caricata, a atriz prende o diretor num objeto fálico e faz uma dança ridícula. Depois, vai embora e deixa-o ali, provando que ele estava certo ao afirmar que as mulheres são a ruína dos homens. Uma solução machista para um discurso até então feminista.
No Limite do Amanhã (2014)
Tom Cruise interpreta um relações públicas que é enviado para a linha de frente de uma batalha contra alienígenas. Despreparado, ele morre em poucos segundos, mas um contato com seu oponente faz com que ele retorne à vida, voltando no tempo até o início daquele dia. A história é muito interessante e rende boas sacadas, engraçadas e instigantes ao mesmo tempo. A sensação é de que o filme é ótimo e deveria ter sido um sucesso, mas então, em questão de minutos, toda a coerência do roteiro cai por terra: após eliminar o líder do exército inimigo e morrer no processo, o personagem de Cruise volta mais uma vez no tempo, mas agora a realidade está diferente e a guerra acabou. Como assim?
Quarteto Fantástico (2015)
Mais uma vez, a tentativa de transformar o Quarteto Fantástico numa franquia de sucesso nos cinemas foi fracassada, e o motivo não é apenas o final, mas todo o terceiro ato do filme. Depois de passar o início e o meio desenvolvendo os heróis-cientistas, mostrando seu ambiente de trabalho e suas ambições, o longa parece ser atingido pelo efeito-blockbuster e escorrega para o precipício dos clichês: o vilão ressurge de repente, com motivações mal explicadas, e começa a matar todo mundo, por esporte. Cabe aos heróis se unirem para lutar contra ele, numa das batalhas mais rápidas e fáceis que já se viu num filme de quadrinhos.
Por Redação
Atualizado em 16 Fev 2016.