Que as listas são polêmicas por natureza, isso não há quem conteste. Quando envolvem temas que despertam paixões, como é o caso do cinema, por exemplo, aí é que a coisa complica ainda mais.
No entanto, ao longo dessa história iniciada com as imagens do trem em movimento dos irmãos Lumière, algumas obras atravessaram o território do simples gosto pessoal e passaram a fazer parte do rol de verdadeiras obras de arte, influenciando gerações de cineastas e conquistando um público crescente de amantes do cinema.
Impossível inserir todos os clássicos na lista, mas, procuramos ser justos com os grandes cineastas que contribuíram para tornar a sétima arte uma das mais apreciadas pelo público até hoje.
Confira 6 filmes clássicos obrigatórios para os amantes do cinema:
“Viagem à Lua” de Georges Méliès (1902)
Quem já assistiu ao clipe de “Tonight, Tonight” da banda Smashing Pumpkins ou ao filme “A Invenção de Hugo Cabret” de Martin Scorsese, certamente vai se lembrar do rosto em formato de lua, foguetes e seres alienígenas desse clássico seminal idealizado pelo genial Georges Méliès.
Foi Méliès, um mágico aposentado, que experimentou colorir fotogramas, gerando o efeito do filme em cores quando o Technicolor ainda nem havia sido inventado.
“O Nascimento de uma Nação” de D.W.Griffith (1915)
Quem hoje se esbalda em sessões de filmes 3D e até 4D, repletos de efeitos especiais e computação gráfica, mal pode imaginar que a primeira superprodução americana foi feita em 1915.
Apesar de mudo, “O Nascimento de uma Nação” é um grande épico que surpreende pela inventividade dos seus takes de batalhas pitorescas, principalmente, se levarmos em conta os recursos escassos que o brilhante D.W.Griffith tinha à sua disposição naquela época.
“O Encouraçado Potemkin” de Serguei Eisenstein (1925)
Neste filme, também mudo, sobre um navio de guerra soviético, o que mais salta aos olhos é o excepcional trabalho de montagem do diretor Eisenstein, que viria, inclusive, a escrever algumas obras básicas sobre o tema.
A emblemática cena da escada ficou tão marcada no imaginário cinematográfico mundial que influenciou filmes modernos de suspense, como “Os Intocáveis” (1987).
“Cidadão Kane” de Orson Welles (1941)
Talvez, o maior filme já feito por um ser humano até hoje, conforme comprovam listas de publicações especializadas que, de tempos em tempos, alçam o primeiro filme de Orson Welles como a obra maior do cinema mundial.
Mas o que “Cidadão Kane” tem de tão especial? Tudo! Desde a sua concepção conturbada — o magnata no qual o filme se baseia, William Randolph Hearst, não gostou da “homenagem” e promoveu boicotes à exibição do filme — até os elementos que Welles introduziu na linguagem cinematográfica, como o uso de flashbacks.
“Um Corpo que Cai” de Alfred Hitchcock (1958)
“Vertigo”, no original, é considerado por fãs e críticos de cinema como o melhor filme do mestre do suspense.
Apesar da recepção fria na época em que foi lançado, aos poucos, a obra foi sendo mais bem compreendida e apreciada pelo público, graças ao roteiro primoroso, cheio de nuances psicanalíticas, e à invenção do sensacional “vertigo effect”, que causa a impressão de vertigem na telona.
“2001 — Uma Odisseia no Espaço” de Stanley Kubrick (1968)
Em se tratando de um dos cineastas mais perfeccionistas de todos os tempos, fica até difícil escolher um só filme, mas “2001 — Uma Odisseia no Espaço” garante o primeiro lugar no pódio em função não só do enredo intrincado, mas da maior elipse já vista em uma obra cinematográfica.
Quem aí não se lembra do osso arremessado para o alto que logo se torna uma nave espacial ao som estridente da trilha sonora erudita?
Atualizado em 8 Dez 2015.