Nenhum filme é unanimidade, mas algumas obras conseguem dividir o mundo em dois, causando guerras virtuais e destruindo amizades. Quando isso acontece, uns saem do cinema com a certeza de que testemunharam um novo clássico; enquanto outros sequer conseguem suportar até o final da sessão. Quem nunca passou por isso?
Relembre 10 filmes que causaram discórdia e escolha seu lado:
A Forma da Água
Vencedores do Oscar tendem a dividir opiniões e neste ano não foi diferente. Para parte do público, “A Forma da Água” foi uma experiência romântica, delicada e inesquecível, fruto da imaginação singular de Guillermo Del Toro. Para outros, foi uma história banal que lembra “Splash: Uma Sereia em Minha Vida” ou “A Bela e A Fera”, mas com um visual mais sofisticado. No caso do Oscar, o primeiro time acabou levando a melhor!
Sinopse: No laboratório secreto e de alta segurança onde trabalha, a faxineira Elisa (Sally Hawkins), que é muda, entra em contato com uma criatura marinha, sequestrada para ser estudada para fins militares. Aos poucos, ela se apaixona pelo homem-anfíbio e traça um plano para salvá-lo.
mãe!
O diretor Darren Aronofsky está mais do que acostumado a ver seus filmes virarem motivo de discórdia, mas, com “mãe!”, a ira parece ter sido ainda maior. O filme, afinal, tem mil e uma camadas: ele pode ser interpretado como uma metáfora bíblica, mas também como um estudo sobre a criação artística, sobre relações de gênero ou sobre os conflitos entre o homem e a natureza. Difícil? Incompreensível, para uns. Uma obra-prima, para outros.
Sinopse: Um casal vive sozinho num casarão isolado que, um dia, foi derrubado por um incêndio. Desde então, ela tem reconstruído cada detalhe do imóvel, enquanto ele tenta encontrar inspiração para escrever seu segundo livro. Um dia, um visitante inesperado bate à porta e é convidado por ele a entrar, dando início a uma espiral de caos incontrolável.
Star Wars: Os Últimos Jedi
Um Star Wars é um Star Wars e as expectativas serão sempre um problema. No caso de “Os Últimos Jedi”, a mudança de tom proposta pelo diretor não casou muito bem com os outros filmes da franquia, fazendo com que as reações fossem as mais extremas possíveis. De um lado, ficaram os fãs que aprovaram o toque cômico e consideraram as escolhas de Rian Johnson subversivas, colocando o filme entre os melhores da saga. Do outro, ficaram aqueles que compararam o episódio aos prequels (quase unanimemente odiados) e não viram graça nenhuma nas piadas nada sutis espalhadas pelo filme.
Sinopse: Dando sequência a “Star Wars: O Despertar da Força”, “Os Últimos Jedi” mostra o treinamento de Rey com Luke Skywalker e mostra os desdobramentos da guerra entre a Primeira Ordem e a Aliança Rebelde.
La La Land
Outro favorito ao Oscar que dividiu o mundo cinéfilo foi “La La Land”, o musical grandioso de Damien Chazelle. O filme encheu os olhos de quem gosta do cinema-espetáculo e trouxe dezenas de homenagens à era de ouro de Hollywood, com uma execução impecável e uma história inesperadamente agridoce. Porém, musical é sempre um assunto delicado e muita gente rejeitou o filme já no primeiro número dançante.
Sinopse: Mia (Emma Stone), uma aspirante a atriz, serve cafés para estrelas de cinema entre audições enquanto Sebastian (Ryan Gosling), um pianista de jazz, ganha a vida tocando em festas e bares. Apoiando um ao outro, os dois tentam realizar seus sonhos numa cidade conhecida por esmagar as esperanças e quebrar corações.
Personal Shopper
As sessões no festival de Cannes tendem a ser mais exaltadas do que em outros eventos e não é raro um filme ser vaiado ou aplaudido ao rolar dos créditos. “Personal Shopper”, porém, conseguiu a curiosa façanha de ganhar os dois: vaias vigorosas num dia, aplausos de pé no outro. O filme acabou levando o prêmio de Melhor Direção, apesar da discórdia.
Sinopse: Maureen (Kristen Stewart) é uma jovem americana que vive em Paris, trabalhando como personal shopper de uma celebridade. Ela também tem a habilidade psíquica de se comunicar com espíritos, assim como seu irmão gêmeo Lewis, que faleceu recentemente. Enquanto espera por um sinal dele, ela começa a receber mensagens de um número desconhecido.
Batman vs Superman
No caso do gigante da Warner, a crítica concordou que não foi um bom filme, mas parte dos fãs da DC Comics bateram o pé e juraram de pés juntos que amaram a produção, defendendo-a com unhas e dentes nas redes sociais e hostilizando qualquer comentário negativo sobre o seu “precioso”. O resultado? Uma bilheteria global de US$ 880 milhões contra uma avaliação de 27% no Rotten Tomatoes.
Sinopse: Dando sequência ao “Homem de Aço” e introduzindo um novo ator para o Batman (Ben Affleck), além de apresentar Mulher Maravilha, Aquaman e The Flash, “Batman vs Superman” mostra uma guerra entre os dois primeiros, na disputa para descobrir que tipo de protetor é mais adequado para a humanidade.
Caça-fantasmas
Remakes estão por todos os lados em Hollywood, mas a Sony descobriu da pior maneira que há um limite muito específico para o que se pode tocar e como. No caso, refazer um clássico nerd com protagonistas femininas se mostrou um ultraje inaceitável para os fãs mais conservadores e fez com que o filme fosse julgado antes mesmo de chegar aos cinemas. Quem assistiu, gostou, mas muita gente preferiu aderir ao boicote, prejudicando as bilheterias e minando as chances de uma eventual sequência.
Sinopse: Kristen Wiig, Melissa McCarthy e Kate McKinnon são três cientistas que fundam uma empresa para monitorar atividades paranormais. Conhecedora da história da cidade e dos seus caminhos subterrâneos, Patty (Leslie Jones) logo se junta a elas e, com a ajuda (ou não) do secretário Kevin (Chris Hemsworth), o grupo salva Manhattan de uma invasão fantasmagórica sem precedentes.
A Bruxa
Quando os primeiros materiais de divulgação de “A Bruxa” começaram a circular, havia uma aura de “filme cult” e uma promessa de que esse seria o “filme mais assustador que você já viu”, unindo temas como satanismo, extremismo religioso e uma casa isolada na floresta. Porém, quando o público finalmente pôde conferir a novidade, descobriu que o filme não era exatamente um horror, e para muitos sequer era capaz de dar medo, mas era sim um drama familiar cheio de metáforas e simbolismos. A aprovação, portanto, foi mista: uns elevaram a obra ao posto de “clássico moderno”, enquanto outros se viram rindo alto no cinema, com um sentimento de vergonha alheia.
Sinopse: Depois de ser expulsa de uma comunidade cristã, uma família extremamente religiosa se muda para uma propriedade cercada por uma floresta. Lá, um bebê desaparece e outros eventos estranhos começam a acontecer, levantando suspeitas de bruxaria sobre a filha mais velha do casal.
Interestelar
Apenas um ano depois do lançamento de “Gravidade”, parecia improvável que outro filme sobre astronautas fosse ganhar a atenção do público, mas “Interestelar” fez o impossível: o drama de Christopher Nolan levou cinéfilos às mesas de bar para discutir por horas a fio o significado de suas confusas dimensões físicas e temporais. Porém, nem todo mundo comprou a ideia: há quem diga que o filme é longo demais, entediante e “apenas mais uma aventura genérica no espaço”. Essa doeu!
Sinopse: Uma equipe de astronautas embarca numa missão desesperada para encontrar um novo planeta habitável, enquanto a Terra enfrenta uma série de desastres climáticos. Aceitar o desafio, porém, implica em deixar para trás toda uma vida e, no centro desse drama, estão um pai astronauta e sua filha, que acompanha a missão da Terra como cientista.
Melancolia
Em novembro de 2017, o site britânico Gizmodo organizou uma pesquisa para descobrir, matematicamente, quais foram os filmes que mais dividiram a opinião da crítica, usando para isso os dados do agregador Metacritic. Em primeiro lugar, ficou o drama “Melancolia”, de Lars Von Trier – um filme sobre a depressão às vésperas o fim do mundo que, propositalmente, provoca no espectador exatamente isso: depressão. Uns acharam a ideia ousada e poética, outros ficaram apenas entediados.
Sinopse: Um planeta se aproxima da Terra e começa a levantar suspeitas de que as duas órbitas se chocarão em breve. A iminência da extinção, porém, não é nada comparado à depressão de Justine (Kirsten Dunst), que não consegue se sentir feliz nem mesmo no dia de seu casamento.
Atualizado em 17 Mar 2018.