O cinema está cheio de mulheres, atrás e à frente das câmeras, mas elas nem sempre são vistas. Felizmente, de tempos em tempos algumas vozes, atrevidas o suficiente para se erguerem acima do coro, acabam se fazendo ouvir e se tornam inspirações para toda uma geração de artistas - mulheres e homens também.
Neste Dia Internacional da Mulher, conheça 14 mulheres poderosas que fazem mais pelo mundo e pelo cinema do que você imagina:
Geena Davis
Famosa por filmes como “Os Fantasmas Se Divertem” e “Thelma & Louise”, Geena Davis tem uma atuação ainda mais impressionante longe das câmeras. A atriz fundou em 2007 o Geena Davis Institute on Gender in Media, para promover a pesquisa sobre a participação feminina no cinema e na televisão e lutar por igualdade de representação.
Jane Fonda
Multi-facetada, Jane Fonda conquistou o mundo com papéis surpreendentes em filmes como “Barbarella”, “Amargo Regresso” e “A Sogra”, além de incentivar milhares de fãs a ficarem em forma com vídeos de ginástica, mas foi fora dos sets que ela se firmou como uma das vozes mais polêmicas de Hollywood. Nos anos 70, Fonda se colocou como ativista política e protestou contra a Guerra do Vietnã e, mais tarde, contra a Guerra do Iraque. Em 2005, ela fundou, junto com Gloria Steinem e Robin Morgan, uma organização chamada Women’s Media Center, criada para ajudar mulheres a alcançarem cargos melhores e serem mais representadas na mídia via treinamento, pesquisas e campanhas.
Meryl Streep
Recordista em indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro (incluindo homens e mulheres), Streep é facilmente reconhecível como a maior atriz em atividade no mundo. Sua posição como veterana e sua simpatia fizeram com que ela se tornasse, também, uma das vozes mais sinceras de Hollywood e seus discursos, frequentemente, colocam o dedo em feridas expostas do seu meio. No Globo de Ouro 2017, Streep alfinetou o presidente americano Donald Trump e, em troca, foi chamada por ele de “supervalorizada”.
Emma Watson
Depois de passar boa parte da infância e da adolescência na pele de Hermione Granger nos filmes da saga Harry Potter, Emma Watson não apenas conseguiu se libertar da personagem como cresceu para se tornar uma influência positiva para mulheres em todo o mundo. A atriz, que desde 2014 é embaixatriz da ONU pela igualdade de gêneros, fundou em 2016 um clube de leitura feminista para discutir livros que refletem sobre a diversidade ou são escritos por mulheres. O clube é online e pode ser acessado por qualquer pessoa pelo site Goodreads.
Viola Davis
Vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Um Limite Entre Nós”, Viola Davis quebrou paradigmas ao interpretar uma professora de defesa criminal na série “How to Get Away With Murder” e tem ajudado a romper o estereótipo das mulheres negras em papéis de enfermeiras, escravas ou empregadas domésticas. Davis é, ainda, uma atriz consagrada de teatro e já ganhou dois prêmios Tony pelas atuações em “Fences” (peça que inspirou “Um Limite Entre Nós”) e “King Hedley II”. Ela é a primeira mulher negra a ganhar os três prêmios principais de atuação: Oscar, Emmy e Tony.
Cheryl Boone Isaacs
Muita gente não sabe, mas a atual presidente da Academia de Artes Cinematográficas e Ciências (a mesma que organiza o Oscar) é uma mulher – e uma mulher negra. Entre suas contribuições mais importantes, está seu trabalho na ampliação do número de membros na Academia, abrindo espaço para artistas mais jovens, de diferentes perfis e origens, com o intuito de promover diversidade nas produções e premiações de Hollywood.
Lena Dunham
Conhecida como a criadora da série “Girls”, Lena Dunham é atriz, roteirista, diretora e produtora e sua influência vai muito além da TV. Autora do livro “Not That Kind of Girl”, Dunham tem se colocado como uma feminista militante desde o início e, em 2015, criou uma newsletter online chamada “Lenny” para publicar ensaios escritos por mulheres – entre elas, Jennifer Lawrence.
Ava DuVernay
Diretora de “Selma”, “A 13ª Emenda” e do projeto em andamento “A Wrinkle in Time”, Ava DuVernay coleciona recordes. Ela foi a primeira mulher negra a vencer o prêmio de Melhor Diretor no festival de Sundance (por “Middle of Nowhere”), a primeira diretora negra a ser indicada ao Globo de Ouro (por “Selma”) e a primeira a ter um longa indicado a Melhor Filme no Oscar (“Selma”), mesmo sem ser indicada na categoria de Direção. Com “A Wrinkle in Time”, ela se prepara para se tornar, ainda, a primeira mulher negra a dirigir um filme de grande orçamento (cerca de US$ 100 milhões).
Kathleen Kennedy
Você pode nunca ter ouvido falar de Kathleen Kennedy, mas com certeza conhece o império que ela comanda. Presidente da LucasFilm desde 2012, Kennedy foi a responsável pelo relançamento da franquia Star Wars em 2015 com “O Despertar da Força” e, em 2016, com “Rogue One”, e já tem outros quatro filmes da saga no forno, além do próximo “Indiana Jones”. A produtora executiva também trabalhou com sucessos de bilheteria como “A Lista de Schindler”, “De Volta Para O Futuro” e “O Sexto Sentido”.
Jennifer Lawrence
Aos 26, Jennifer Lawrence já encabeçou a lista de atrizes mais bem pagas do mundo durante dois anos consecutivos (2015 e 2016), foi indicada a quatro Oscars e ganhou um. Famosa por protagonizar a franquia que iniciou a onda de filmes de ação com heroínas femininas (“Jogos Vorazes”), Lawrence já falou publicamente sobre a diferença de salários entre homens e mulheres (principalmente na newsletter Lenny, de Lena Dunham) e criou uma fundação para ajudar diversas instituições com foco em crianças carentes.
J.K. Rowling
Rainha da literatura infanto-juvenil e policial britânica, a autora de “Harry Potter” fez questão de acompanhar de perto toda a adaptação de sua obra para o cinema e, com isso, se tornou uma das mulheres mais influentes do meio. Rowling também levou à televisão uma adaptação do livro “Morte Súbita” e, atualmente trabalha na adaptação de três de seus livros (“O Chamado do Cuco, “O Bicho da Seda” e “Vocação Para o Mal”, escritos sob o pseudônimo Robert Galbraith) para a BBC, na série “Cormoran Strike”. Para completar, Rowling mantém uma relação bastante próxima com os fãs pelo Twitter e costuma se posicionar sobre questões políticas e sociais sem pudores.
Amy Schumer
Dona de um programa de humor que leva o seu nome desde 2013, Amy Schumer é uma das representantes mais fortes da comédia americana atual. A atriz, roteirista e produtora, foi indicada cinco vezes ao Emmy pela série “Inside Amy Schumer”, além de concorrer ao prêmio do Sindicato de Roteiristas pelo filme “Descompensada”. Em 2016, ela lançou a autobiografia “A Garota Com a Tribal Nas Costas”, em que fala com humor sobre suas imperfeições e incentiva outras garotas a se aceitarem. O livro também aborda temas como a violência doméstica, a esclerose múltipla (sofrida por seu pai) e o porte de armas.
Reese Witherspoon
De advogada de rosa-shock em “Legalmente Loira” a mochileira no deserto em “Livre”, Reese Witherspoon provou que pode ser quem quiser na tela do cinema. Atrás das câmeras, porém, a atriz também tem tido uma atuação vibrante, fundando uma produtora chamada Pacific Standard para apoiar filmes com histórias de mulheres fortes. Até agora, a marca já lançou “Garota Exemplar”, “Livre”, “Belas e Perseguidas” e a série “Big Little Lies”.
Gal Gadot
Como falar de mulheres poderosas e não mencionar a própria Mulher Maravilha? Em 2017, Gal Gadot será a primeira mulher a interpretar a heroína nos cinemas (Lynda Carter viveu a personagem apenas na TV) e, num momento de tensão em relação a estrangeiros, ela será a primeira mulher não-americana a encarnar a amazona. Gadot é israelense e serviu o exército de seu país por dois anos, antes de seguir a carreira de modelo e atriz e ganhar sua grande chance com a franquia “Velozes e Furiosos”. Subestimada por sua magreza ao ser escolhida para o papel de Mulher Maravilha, a atriz se provou mais forte que as críticas, realizou as próprias cenas de ação em “Batman vs Superman” e acabou se revelando uma grande inspiração para meninas de todo o mundo.
Por Juliana Varella
Atualizado em 10 Mar 2017.