Expectativas podem ser um problema quando se trata de cinema. Às vezes, um filme que parecia muito bom nos trailers acaba se revelando uma decepção, e o contrário também pode acontecer. Ainda mais problemático é quando o trailer promete um estilo ou gênero de filme e, nos cinemas, o público acaba encontrando outro. Duvida?

Confira 10 trailers recentes que foram muito melhores que os respectivos filmes:

Thor: Ragnarok (2017)

Usar uma música conhecida pelo público é sempre um golpe baixo, mas usar Led Zeppelin é simplesmente covardia. Pelo menos, a canção também aparece no filme (duas vezes), mas o trailer prometia, com ela, um tom pop subversivo que nunca se concretizou. No lugar, o que o longa trouxe foi um tom cômico infantil e uma trama aleatória que não se preocupou em dar o peso devido a nenhum acontecimento - nem mesmo à quebra do martelo de Thor, que, no trailer, é mais emocionante do que na versão final.

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (2017)

O que nós falamos sobre músicas apelativas? Aqui, a trilha escolhida é “Because”, dos Beatles, que dá um ar transcendental ao universo de “space opera” maravilhosamente construído por Luc Besson. O problema é que, em meio a todos esses ambientes incríveis e detalhados, o filme resolveu acompanhar dois personagens finos como papel, vividos pela dupla terrivelmente sem química formada por Dane DeHaan e Cara Delevigne.

Esquadrão Suicida (2016)

A gente pode até tentar, mas não dá para resistir a um “Bohemian Rhapsody”, né? Logo no primeiro trailer, “Esquadrão Suicida” já chegou chutando a porta e se estabeleceu como um dos filmes mais esperados do ano, com um clima diferente e pesado cheio de loucura e drama. Pena que o filme não foi nada disso. Nada mesmo.

Pets – A Vida Secreta dos Bichos (2016)

Fala sério: quem não ficou curioso para saber o que os animais domésticos fazem quando os donos não estão em casa? Pois “Pets – A Vida Secreta dos Bichos” prometeu exatamente isso e seu primeiro trailer mostrou como a ideia poderia dar certo, rendendo situações fofas e criativas! Porém, tudo isso não passa dos primeiros minutos de filme, que, na verdade, tira os animais de seu cotidiano e os coloca numa aventura nas ruas, como qualquer outra.

Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016)

Uns amaram, outros odiaram, mas o fato é que “Batman vs Superman: A Origem da Justiça” acabou se revelando muito diferente do que prometiam os trailers. Todos pensaram que a história giraria em torno das consequências de “Homem de Aço”, quando Superman destruiu a cidade lutando contra Zod. Parecia haver uma discussão sobre o perigo de se depositar todo o poder num único indivíduo, e portanto levá-lo a julgamento seria uma forma de mostrar que ele não estava acima das leis. Mas o filme não foi por esse caminho. No lugar, ele preferiu mostrar mais uma luta do Bem contra o Mal, com uma pequena desavença entre mocinhos no meio do caminho.

Águas Rasas (2016)

Justiça seja feita, “Águas Rasas” é um filme bem bacana – mas nem tanto quanto o trailer, sinistro e cheio de ritmo. O segredo? Ao contrário do longa, o trailer (quase) não mostra o tubarão.

O Bom Gigante Amigo (2016)

Esta foi uma decepção das grandes: no primeiro trailer de “O Bom Gigante Amigo”, vemos a vida da protagonista Sophie num orfanato, lendo e usando sua imaginação para contar a história do “bicho-papão”, antes de ser sequestrada por um gigante em sua cama. O problema é que, na prática, estes são apenas os primeiros minutos do filme e o que vem depois não acompanha em nada o clima sombrio do trailer.

O Caçador e a Rainha do Gelo (2016)

Uma boa música, uma narração em poema, muita ação e a presença poderosa de Charlize Theron e Emily Blunt fizeram muita gente se interessar por “O Caçador e a Rainha do Gelo” mesmo sem ter assistido ou gostado do filme anterior (“Branca de Neve e O Caçador”). O problema é que toda a ação parece ter ficado no trailer e o filme, em si, revelou-se enfadonho, desperdiçando um grande elenco com personagens clichês.

Vingadores: Era de Ultron (2015)

Algumas canções conseguem encher um trailer de tensão, como “I’ve Got No Strings” neste teaser de “Era de Ultron”. A música foi criada para a animação “Pinóquio” e, aqui, é reinterpretada para representar as ambições do robô assassino criado por Tony Stark. A ideia de ter um robô consciente que se volta contra a humanidade nunca foi exatamente nova, mas parecia funcionar aqui, nesse trailer angustiante. Infelizmente, o longa não conseguiu segurar o suspense do mesmo jeito.

Tomorrowland (2015)

Imagine um mundo futurista que mais parece um parque de diversões. Adicione um broche mágico que permite acessar esse lugar e uma sequência de perseguição cheia de armadilhas – mais uma vez como um parque de diversões. Imaginou? Gostou? Então contente-se com o trailer, porque o filme “Tomorrowland”, em si, não aproveita nem um décimo do que poderia desse mundo fantástico.

A Colina Escarlate (2015)

Um novo filme de Guillermo Del Toro é sempre motivo de ansiedade pelos fãs – ainda mais quando o trailer mostra o visual maravilhoso de “A Colina Escarlate”, fala de fantasmas e tem um tom absolutamente sinistro. O filme, porém, não conseguiu ultrapassar a barreira do “belo” e passou longe de ser um terror, chegando mais perto de um romance com toques sobrenaturais.

Caminhos da Floresta (2014)

“Caminhos da Floresta” foi um filme bonito da Disney, mas não foi nem de longe tão encantador quanto o trailer – cheio de fantasia, música e, é claro, Meryl Streep em grandes quantidades. No filme, a atriz tem uma participação bem menor.

Godzilla (2014)

O que foi esse trailer?! Em 2014, o público ficou de queixo caído com o primeiro teaser de “Godzilla” e até chegou a ficar empolgado para mais uma história com o monstro. O vídeo era claustrofóbico, tenso, escuro, tinha uma trilha sonora ensurdecedora e arrepiante e mostrava com perfeição o medo das pessoas envolvidas na missão de derrubar o gigante. O filme? Esquecível.

Homem de Aço (2013)

Depois deste segundo trailer de “Homem de Aço”, as expectativas para o novo filme do Superman dispararam. Isso porque o vídeo prometia um filme mais introspectivo e existencialista, com foco nos dilemas pessoais do herói alienígena em sua formação como humano. O filme até seguiu essa linha – na primeira metade – mas depois desandou para uma sequência longa e monótona de luta que não apenas quebrou o clima como levantou algumas questões contraditórias sobre o personagem que vinha sendo construído até ali.