Quer saber se um filme tem uma boa representação feminina? Experimente fazer estas três perguntas: existe mais de uma personagem feminina na trama, com nomes? Elas conversam entre si? Sobre algo que não seja um homem? Pronto: você já pode dizer se ele deve ou não receber o “selo A-Rate”, que em breve poderá ser adotado por meios de comunicação, exibidores e distribuidores no Brasil.
Conhecido como o “teste de Bechdel” e criado como uma tirinha satírica pela quadrinista Alison Bechdel nos anos 80, o mini-questionário tinha como objetivo apenas apontar a invisibilidade absurda da mulher no cinema, mas acabou se popularizando a virando uma ferramenta séria de avaliação. Na prática, o teste pode deixar de enxergar sutilezas, como a profundidade das personagens trabalhadas ou o peso delas na trama, mas, como ponto de partida, é uma boa medida para chamar a atenção do público para um tema urgente.
Na Suécia, o teste foi transformado em selo em 2013 por uma associação de cinemas independentes sob o nome de “A-Rate”. (O “A”, nesse caso, pode significar tanto “Aprovado” quanto “Alison”, em homenagem a Bechdel.) No Brasil, uma campanha para a adoção da marca será lançada no próximo dia 5 de abril por uma das suas fundadoras, a sueca Ellen Tejle, durante o Seminário Mulheres em Foco no Audiovisual, um evento gratuito que acontecerá no Unibes Cultural a partir das 16h. Para participar do evento, basta se inscrever neste link.
Para quem quiser conhecer melhor o teste e o selo, informações gerais sobre a campanha podem ser encontradas neste site e uma lista com filmes avaliados está disponível neste link. Para se ter uma ideia, dos 7113 títulos classificados segundo o projeto, pouco mais de 50% passaram no teste, sendo que 10% não cumpriram nenhum dos três pré-requisitos.
Por Juliana Varella
Atualizado em 3 Abr 2017.