Nesta quinta, 31 de agosto, prepare-se para conhecer o mundo dos emojis, suas emoções confusas e suas terríveis piadas sem-graça. Recebido pela crítica americana com a constrangedora marca de 7% no site Rotten Tomatoes (agregador de críticas que avalia os filmes entre 0 e 100% - sendo 100 a melhor nota), "Emoji - O Filme" chega ao Brasil para testar o bom humor e paciência do público com uma história que você já viu antes e que não vai querer ver de novo.
Se, mesmo com esse aviso, você ainda estiver pensando em comprar um ingresso, confira 5 motivos para passar bem longe dessa estreia:
1. Um filme que não entende o seu tema
“Emoji” é um filme sobre o universo jovem que parece ter sido pensado pelo tiozão que não entende para que servem aqueles aplicativos todos e acha que “no seu tempo, as pessoas se comunicavam melhor”. Como resultado, ele entrega uma Jornada do Herói genérica que, por acaso, tem como protagonistas um trio de emojis, mas quebra todas as regras básicas do universo virtual, incluindo a forma como arquivos são deletados, como informações podem viajar ou, mais importante, como adolescentes realmente se comunicam.
2. Desfile de patrocinadores
Se a ideia de fazer um filme a partir dos aplicativos de um smartphone parecia uma desculpa esfarrapada para fazer uma grande propaganda coletiva, a impressão que dá, agora que o longa está pronto, é exatamente essa. A cada passo que os personagens dão, um novo patrocinador assume a dianteira: Facebook, Youtube, Dropbox, Candy Crush, Spotify, Instagram... Os produtores nem se preocuparam em disfarçar os nomes.
3. Déja Vu
Um bando de personagens virtuais vivem num mundo colorido com o único objetivo de cumprir suas funções quando um ser humano os escolher. Quando alguém foge do padrão, porém, o humano vê uma falha e o mundo passa a ser ameaçado de ser “desconectado”. Essa história lhe parece familiar? Pois é exatamente a mesma da animação “Detona Ralph”, de 2012, e a própria ideia de se transformar um universo abstrato numa espécie de “parque de diversões” concreto já foi explorada em 2015, com muito mais sensibilidade, diga-se de passagem, em “Divertida Mente”.
4. Frases de para-choque
Na tentativa desesperada de abordar temas “da moda” ou assumir um discurso motivador, “Emoji – O Filme” faz seus personagens listarem frases de efeito como se fossem biscoitinhos da sorte ou para-choques de caminhão. Entre elas, destaca-se o desabafo da personagem Rebelde: “Aqui, mulheres só podem ser princesas, por isso quero ir para a Nuvem, onde posso ser quem eu quiser”. Quer mais? Então conheça o mantra do protagonista Gene: “De que adianta alcançar seus objetivos se você não tiver amigos?”. Pois é, Emojis também são autoajuda.
5. Personagens óbvios
A essa altura, você já deve estar se perguntando se, pelo menos, os personagens são engraçadinhos. A resposta, infelizmente, é “não”: são uma coleção sortida de clichês medíocres. Gene, por exemplo, é o emoji que deveria fazer cara de “Eh”, mas nasceu com a falha de conseguir expressar outras emoções (o típico protagonista deslocado).
Em torno dele, está o Bate aqui (típico amigo gordinho cômico), a Rebelde (típica garota “com atitude” que acompanha o protagonista, mas não pode dizer “não” para ele), a líder dos emojis Sorrisete (a típica vilã sádica), o Número 2 (que parece só ter sido incluído para permitir algumas piadas “sujas”) e talvez os mais irritantes: os pais de Gene, ambos profissionais na arte de não expressar nada além de “Eh” (típicos pais que perderam a paixão na vida por causa do trabalho).
Por Juliana Varella
Atualizado em 30 Ago 2017.