Fazer uma releitura de um dos maiores clássicos da Disney não é tarefa fácil. Porém, do outro lado, entregar uma história tão doce e sublime, original dos anos 40, a um diretor atual também é uma missão difícil; afinal, como saber se um filme feito quase oitenta anos depois faria jus ao sucesso do original? Só um diretor a altura poderia ser escalado para tal feito e, ao que parece, apesar de aspectos negativos, Tim Burton fez um belíssimo trabalho.
De 1941 para 2019, Dumbo ultrapassou décadas, conquistou outras gerações, ganhou novos contornos, passou de animação para live-action e no dia 28 de março chega aos cinemas com a assinatura de um dos diretores mais visionários do cinema.
Muito mais que uma história emocionante, o filme aborda a importância de celebrar as diferenças, valorizar a família e acreditar nos sonhos. Doce, necessário e poético, “Dumbo” é atemporal, educa e, para que você saiba mais a respeito, o Guia da Semana listou tudo o que você vai encontrar quando assistir à produção:
1. ENREDO
Foto: Divulgação
O dono de circo Max Medici (Danny DeVito) convoca a ex-estrela Holt Farrier (Colin Farrell) e seus filhos Milly (Nico Parker) e Joe (Finley Hobbins) para cuidar de um elefante recém-nascido cujas orelhas enormes fazem dele motivo de piada em um circo que está passando por dificuldades.
Somente quando eles descobrem que Dumbo pode voar, o circo dá a volta por cima e atrai o persuasivo empreendedor V.A. Vandevere (Michael Keaton), que recruta o peculiar animal para seu mais novo e gigantesco empreendimento de entretenimento, a Dreamland.
Porém, comemorar quando sua amada mãe é arrancada dele, deixando-o perdido e com medo, não parece uma boa ideia. Com o tempo, o elefante alcança outros patamares ao lado de uma encantadora e incrível trapezista, Colette Marchant (Eva Green), até que a equipe de Medici descobre que Dreamland esconde vários de segredos obscuros.
2. REALISMO E DIREÇÃO DE ARTE
A releitura em live-action de “Dumbo” utiliza efeitos visuais de última geração para retratar Dumbo e vários de seus companheiros. O diretor Tim Burton queria fazer jus ao visual minimalista e expressionista retratado na animação original, e para garantir essa mesma aparência no universo live-action, usou estratégias de iluminação para criar ambientes mais despojados, estabelecendo, dessa forma, um equilíbrio entre o realismo e o expressionismo.
Em uma entrevista para a Disney, o ator Michael Keaton disse, inclusive, que em um determinado dia de gravações, ele e o ator Denny DeVito pararam em frente ao majestoso circo montado para o filme, olharam-se emocionados e disseram que estavam arrepiados. Após narrar o momento, Keaton ainda completou, dizendo que hoje em dia é muito difícil se sentir dessa forma e que essa sensação mostra o tamanho da produção do filme.
3. EMOÇÃO E QUEBRA DE PADRÕES
Foto: Divulgação
O clássico de animação de Walt Disney, que estreou em 23 de outubro de 1941, ganhou o Oscar de melhor trilha sonora e foi indicado para a Melhor Canção Original por “Baby Mine". A música, obviamente, também está presente no longa de Tim Burton e nos conduz aos momentos mais emocionantes que, sem dúvidas, são entre Dumbo e sua mãe, Sra. Jumbo. Assim, é impossível não ser capturado pelos sentimentos dos personagens e, inclusive, fazer um link com a animação original (para quem assistiu).
Em outra situação, onde o pequeno elefante é ridicularizado pelo tamanho de suas orelhas, também somos tocados de forma arrebatadora e, neste ponto, vale enaltecer que o diretor disse identificar-se pelo fato de ser considerado um cara estranho e sombrio desde a juventude, o que também o fazia se sentir deslocado.
Ainda neste ponto, o filme realmente nos faz pensar em muitas questões que rondam a aceitação e superação, e, não por acaso, Burton criou um núcleo familiar que quebra padrões, assim como a própria história de Dumbo e outras vertentes do longa.
4. CIRCO
O artista circense Kristian Kristof, da Hungria, que faz parte da quarta geração de talentos de circo em sua família, foi contratado para compartilhar não apenas seu amplo conhecimento, mas também suas conexões no mundo do circo. O resultado foi o agrupamento de uma gama multicultural de artistas, incluindo malabaristas, palhaços, atiradores de facas, contorcionistas, treinador de cães e muitos outros. Assim, assistir ao filme é também ver apresentações majestosas de artistas do mundo todo, com desempenhos incríveis.
► PONTOS NEGATIVOS
Foto: Divulgação
Se o longa traz características fantásticas, também conta com aspectos não muito encantadores. Longe de toda a magia, doçura e fantasia, o andamento e montagem do filme parece acelerado demais e prova disso é a construção rasa de personagens como Holt Farrier (Colin Farrell) e seu filho mais novo, Joe Farrier (Finley Hobbins), além de Colette Marchant (Eva Green) e V.A. Vandevere (Michael Keaton).
RELEITURA
Havia muita expectativa em torno da releitura de Tim Burton. Ele seguiria o original meticulosamente? Mudaria o andamento do filme? Os animais falariam? Como misturaria a doçura característica do personagem com o tom sombrio que sempre usa em seus filmes? Por se tratar de um clássico, era esperado que muitas pessoas ficassem ansiosas e, como já imaginávamos, o diretor deixou sua assinatura com algumas mudanças significativas que dividiram opiniões, mas, obviamente, não daremos spoilers.
Atualizado em 27 Mar 2019.