Guia da Semana

Um dos problemas na hora de viajar sempre é a hospedagem. "Fico em hostel, casa de amigo? Gasto uma grana? Tento economizar?". Nos últimos tempos, entretanto, diversas alternativas surgiram, criando opções diferentes aos métodos mais ~ tradicionais. No Airbnb, por exemplo, você pode alugar a casa de alguém e passar um tempo no lugar visitado como um verdadeiro nativo. Sites como o TripAdvisor e o Hostelworld também deram aquela facilitada na hora da decisão. Agora, se você quer tentar algo realmente inovador, o Couchsurfing foi criado para você. "Mas o que é isso? Surfar no sofá? Oi?".

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O espírito da coisa está impresso no nome, já que a proposta é (mesmo que não literalmente) surfar por sofás (ou camas) ao redor do mundo. E o melhor - de graça. Funciona assim: você abre as portas da sua casa para um viajante passar a noite, ou o contrário. Mas por que alguém faria isso sem cobrar um tostão? Aqui, a troca de experiências entre culturas vira commodity. Você hospeda (ou se hospeda) e, de quebra, conhece pessoas diferentes, de lugares diferentes - e isso, meu caro, não tem preço.

couchsurfing

É claro que aderir à prática não é assim tão fácil, e a gente meio que fica com um pezinho atrás. "Ai, mas é seguro mesmo?". Por isso, o ObaOba fuçou sobre o assunto e trocou uma ideia com a Ana Balbachevsky, que viajou a Suíça inteira por couchsurfing - e adorou! Quer saber o que a gente descobriu? Se liga!

Primeiros passos:

O Couchsurfing é, antes de tudo, uma rede social. O primeiro passo é criar um perfil e caprichar é super importante. Fale de você como se fosse a pessoa mais legal do mundo e recheie de fotos incríveis. Quanto mais bacana for o seu perfil, mais as pessoas vão ver que você é de confiança. Como no Orkut (#sdds), há um esquema de "testimonials": se você conseguir alguém para puxar aquele saco de você, ótimo. Existem ainda, na maioria das capitais, os eventos do CS; é uma chance de confraternização e de conhecer a galera do rolê.

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Agora é o seguinte: surf or host, that's the question. Tem um lugarzinho sobrando? Você pode se cadastrar como host e receber a galera na sua casa. Está viajando? Então é hora de pegar a sua prancha e surfar pelos sofás mundo afora. Tenha em mente que ambas as práticas geram insegurança, seja recebendo um estranho ou dormindo na casa de um. Para desmistificar um pouco, se liga no que a Ana contou para a gente:

1) Mande uma mensagem para a pessoa pedindo para ficar na casa dela; fale o tempo de estadia e o tipo de viagem - "isso é super importante para não rolar frustração em relação às expectativas do host";

2) Sempre leve um presente para o host: pode ser um vinho ou algo típico do seu país;

3) O sofá do host não é a sua casa e nem o seu hotel. Demonstre bons modos e siga as regras da pessoa - às vezes elas estão no próprio perfil, então leia TUDO antes de decidir se hospedar por lá;

4) Cuidado nunca é demais, então não se arrisque. Se o cara especificar que só quer receber mulheres, caia fora. Os depoimentos são super importantes: é a partir daí que você se certifica de que a pessoa realmente existe e o que o pessoal achou dela. Ah, eles também são permanentes. Então se alguém for louco com certeza você vai ficar sabendo.

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O resto é alegria. No caso da Ana, por exemplo, os caras foram buscá-la no aeroporto e fizeram questão de sair com ela e as amigas. Aqueles passeios que ela nunca pensaria em fazer, só existiram graças ao CS. Já em outro lugar, mesmo que o host não fora tão simpático, não houve problema algum. O único perrengue que ela passou foi em relação à localização. "Era um pouco longe, então a gente tinha que andar até a estação". Até que não foi tão ruim, vai!

"A maior razão ao optar pelo CS vai além da estadia gratuita, que obviamente é um atrativo. É uma maneira super bacana de viajar e fazer amigos e realmente conhecer outras culturas, principalmente se você está sozinho. Se você tomar o mínimo de cuidado e ficar de olho para não ser sacaneado, é super seguro", finaliza Ana.

Por Ricardo Archilha

Atualizado em 1 Jul 2014.