Ganhar uma medalha é o sonho máximo de todo esportista que disputa uma Olimpíada. É o resultado de anos de treinamento e dedicação. Porém, há uma medalha que vale mais que a de ouro, prata e bronze.
A medalha Pierre de Coubertin é uma honraria olímpica do COI (Comitê Olímpico Internacional) para atletas que demonstram um espírito olímpico exemplar diante de situações diferentes ou inusitadas. É a medalha que premia o cunho humanitário-esportivo ou pessoa que dá mais valor ao esporte do que a própria vitória.
Apenas 11 pessoas receberem a medalha que é considerada a honraria mais alta do esporte. Entre eles, o maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, que emocionou o mundo nas Olímpiadas de 2004, em Atenas. O Guia da Semana elegeu cinco histórias que premiaram os atletas:
1) Luz Long – Alemanha
O atleta de salto em distância, na Olimpíada de Berlim em 1936, tinha como maior rival o americano Jesse Owens, que era negro. Os jogos aconteciam na época do nazismo. Ainda na fase eliminatória, quando Owens estava a um salto de ser desclassificado, Luz Long deu algumas dicas para ele não queimar seu último salto. Owens conseguiu a classificação e posteriormente a medalha de ouro, deixando Long com a prata. Ao final da prova, o alemão deu um abraço e reverenciou o americano na frente de todos no estádio, inclusive Adolf Hitler, que estava presente. O alemão faleceu em 1943 e recebeu a medalha de Coubertin após sua morte, em 1964.
2) Emil Zátopek – Tchecoslováquia
Conhecido como a “Locomotiva Humana”, Zátopek também recebeu o prêmio após sua morte. Ele ganhou a medalha de Coubertin em reconhecimento a sua brilhante carreira. Nas Olimpíadas de 1952, em Helsinque, ele conseguiu a proeza de vencer a prova dos 10.000m, dos 5.000m e também a maratona. Um feito impressionante e que nunca mais nenhum atleta repetiu.
3) Eugenio Monti – Itália
Nos Jogos Olímpicos de Inverno, em 1964, o italiano Eugenio Monti, do Bobsled, ao ficar sabendo que o trenó dos rivais ingleses havia quebrado, não hesitou em emprestar o seu para eles competirem. Ele acabou ficando com o bronze enquanto os ingleses terminaram com a medalha de ouro. Ao final da prova, ele comentou: “Eu não perdi a prova porque emprestei meu trenó. Perdi a prova porque eles foram mais rápidos”. Ele ganhou a medalha de Coubertin pela esportividade.
4) Lawrence Lemiux – Canadá
O canadense protagonizou a cena mais emocionante das Olimpíadas de 1998, em Seul, na Coréia. Lemiux disputava a regata pela classe Finn e quando estava em segundo lugar na prova abdicou do seu barco e pulou no mar para ajudar dois velejadores que haviam caído no mar. O canadense não conseguiu recuperar as posições perdidas, mas conquistou a medalha pelo seu sacrifício e coragem.
5) Vanderlei Cordeiro de Lima – Brasil
Talvez seja a imagem mais marcante de um atleta brasileiro em Olimpíadas. Vanderlei liderava a maratona em Atenas, em 2004, quando um sacerdote irlandês invadiu a pista e segurou o corredor, comprometendo o resto da corrida do brasileiro. Porém, Vanderlei continuou a prova e terminou em 3º lugar, comemorando muito na sua chegada ao estádio, sendo aplaudido de pé pelo público presente. Posteriormente, ele ganhou a medalha de Coubertin por seu espírito esportivo. Foi também homenageado na abertura das Olimpíadas 2016, no Rio de Janeiro, sendo o escolhido para acender a pira olímpica.
Por Guilherme Schiff
Atualizado em 14 Ago 2016.