O tênis tem uma história curiosa nas Olimpíadas, com mudanças e até interrupção. O esporte estava incluído na primeira edição dos jogos, em Atenas-1896, e fez parte da grade olímpica até os jogos de Paris-1924, quando foi removido para as Olimpíadas seguintes. Após longos 64 anos, o esporte voltou a ser olímpico em Seul-88 e não saiu da grade até então.
Na chave de duplas masculina, os Estados Unidos levam notória vantagem sobre os outros países, principalmente pelas medalhas conquistadas antes da interrupção. Mesmo assim, quando o esporte retornou em 1988, apenas os americanos ganharam mais de uma vez a medalha de ouro. Foram duas medalhas na volta, nos Jogos de Seul em 1988 com Ken Flach e Robert Seguso, e nos jogos de Londres, em 2012, com os irmãos gêmeos Bob e Mike Bryan, a dupla mais vitoriosa da história do tênis.
O Brasil nunca chegou perto de conquistar medalha nas duplas masculinas, mas a esperança para 2016 é enorme, pois Marcelo Melo e Bruno Soares estão entre os melhores duplistas do mundo, apesar de não disputarem o circuito juntos. Melo joga com o croata Ivan Dodig e Soares com o austríaco Alexander Peya. Mesmo assim são favoritos para buscar a primeira medalha para o tênis brasileiro. A dupla, na Copa Davis em 2013, venceu os irmãos Bryan, mostrando que possuem condições de repetir a façanha.
Vale lembrar que muitos tenistas que não jogam regularmente o circuito de duplas se unem para disputar as Olimpíadas. Em 2008, por exemplo, os suíços Roger Federer e Stanislas Wawrinka, ambos top 10 do circuito, disputaram juntos e faturaram o ouro. Eles são candidatos de novo, já que ambos estão em grande fase.
O critério para classificação dos Jogos são os rankings da ATP e da WPT, respectivamente dos homens e das mulheres. Os 56 primeiros podem participar das Olimpíadas se desejarem, respeitando o limite de quatros jogadores por país por chave. A ITF (International Tennis Federation) garante mais seis vagas, sendo que uma delas é para o principal brasileiro do ranking, caso não esteja entre os 56 até o dia 6 de junho de 2016.
O Guia da Semana listou os favoritos. Confira:
Bob Bryan e Mike Bryan - Estados Unidos
Líderes do ranking de duplas desde 2003, os irmãos Bryan são os grandes favoritos para a conquista do ouro. Isso significaria que os americanos entrariam para a história das Olimpíadas como a primeira dupla que conquistou dois ouros. Os currículos de Mike e Bob são invejáveis, já que são os maiores vencedores das duplas, com 13 Grand Slams na conta.
Marcelo Melo e Bruno Soares - Brasil
Apesar de não disputarem o circuito juntos, Melo e Soares tem grandes chances para quebrarem a estigma do Brasil não ter medalhas no tênis e estão empolgados com a possibilidade. Eles atuam juntos na Copa Davis e já conseguiram vencer os irmãos Bryan em 2013. Com essa responsabilidade e jogando em casa, a dupla é uma das esperanças do Brasil nos Jogos.
Roger Federer e Stanislas Wawrinka - Suíça
Se juntar a lenda Roger Federer, que faz 2015 impecável aos 33 anos, e Stanislas Wawrinka, que vive o auge da carreira e venceu Roland Garros batendo na final o número 1 do mundo Novak Djokovic, ficará difícil para os adversários. Mesmo não atuando no circuito regularmente, os suíços conquistaram a medalha de ouro em 2008 e querem repetir a façanha em 2016.
Por Guilherme Schiff
Atualizado em 29 Jan 2016.